Coroados campeões de Itália pela última vez em 2001, a Roma tem dois pontos de vantagem sobre os atuais campeões e sobre o AC Milan numa luta pelo Scudetto que está muito renhida nesta fase inicial.
A Roma não parecia, à partida, uma candidata ao título. Nem sequer se qualifica para a Liga dos Campeões desde 2018, e os adeptos, sedentos de conquistas, viram a equipa levantar apenas um troféu nas últimas 17 épocas.
No entanto, a Roma tem sido a melhor equipa da Serie A ao longo de 2025, somando 76 pontos em 32 jogos – mais 10 do que o Nápoles – e sofreu apenas 17 golos nesse período, o registo mais baixo da divisão.
Além disso, a vitória do último fim de semana em Cremona sugeriu que o problema da Roma em marcar golos pode estar ultrapassado, com uma finalização eficaz a colocar o clube da capital no topo da tabela.
Gasperini terá de assistir ao jogo das bancadas depois de ter sido expulso no Estádio Giovanni Zini, onde foi visto a celebrar de forma efusiva sozinho quando Evan Ferguson pôs fim a um jejum de golos de um ano, pouco depois de o treinador ter sido expulso.
Mas a sua influência já se faz sentir na equipa e nos adeptos, conhecidos tanto pela impaciência quando as coisas correm mal como pela facilidade em se deixarem entusiasmar quando tudo corre bem.
Os adeptos chegaram mesmo a criar um graffiti na cidade, retratando Gasperini como um feiticeiro a preparar uma poção de sucesso à base de garra, coração e suor.
"São esses os ingredientes de que precisamos, e podemos sempre juntar um pouco de tempero e sal", brincou Gasperini no domingo.
A Roma pôs fim ao arranque perfeito do Midtjylland na Liga Europa na quinta-feira e Gasperini tem mostrado versatilidade, já que as lesões dos avançados Artem Dovbyk e Paulo Dybala não travaram o progresso da equipa.
O Nápoles, por sua vez, voltou aos bons resultados, com a vitória por 2-0 na terça-feira frente ao Qarabag a colocar a equipa de Antonio Conte numa posição mais favorável na Liga dos Campeões, depois de ter batido de forma convincente a Atalanta no último fim de semana.
Conte mostrou-se bem diferente do treinador que, após uma pesada derrota em Bolonha antes da pausa internacional, afirmou que não iria "acompanhar os mortos".
Apesar de continuar a lidar com várias lesões, e com Romelu Lukaku ainda indisponível, poderá contar com Rasmus Hojlund, que foi titular frente ao Qarabag.
Também à espreita está o Bolonha, que não perde há dois meses e está apenas a três pontos da Roma, ocupando o quinto lugar antes de receber a Cremonese, e o ambicioso Como.
O triunfo por 5-1 sobre o Torino na segunda-feira colocou o Como em zona europeia, à frente da Juventus, e uma vitória na sexta-feira frente ao Sassuolo permitiria à equipa de Cesc Fabregas igualar temporariamente os 24 pontos do Bolonha e do Inter de Milão.
Jogador a seguir: Matias Soulé
A fragilidade física recorrente de Dybala tem tido um impacto muito menor na Roma esta época, graças à afirmação do compatriota argentino Soulé, outro jogador que está a prosperar sob o comando de Gasperini.
O seu golo inaugural em Cremona, de grande intensidade, foi o quinto da época em todas as competições, e o avançado de 22 anos promete criatividade ao lado do romano Lorenzo Pellegrini.
Soulé já igualou o número de golos da época passada e será peça-chave na tentativa da Roma de vencer o Nápoles e manter a liderança.
Estatísticas chave
3 – É este o número de pontos que separa as cinco equipas da frente na Serie A.
24 – A Roma não conquista o título da Serie A desde 2001, ou seja, há quase um quarto de século.
