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Formado na antiga Masia antes de se juntar ao Arsenal, Cesc Fàbregas quase regressou às suas origens, uma vez que o estádio Johan-Cruyff fica ao lado das instalações da prestigiada instituição, que se mudou para o centro desportivo Joan Gamper, em San Joan Despí, em 2011. No domingo, o Como defronta o Barça no Troféu Gamper, o arranque não oficial da época blaugrana.
Na sala de imprensa superlotada, o treinador dos Biancoblù foi entrevistado em italiano, espanhol e catalão sobre o seu quotidiano como treinador. Uma palavra resume tudo o que ele disse: identidade. E depois da imagem deplorável retratada no final do jogo contra o Betis, que terminou com uma luta generalizada, é altura de a sua equipa se lembrar porque é tão popular.
"É um projeto muito interessante e estamos a dar grandes passos", afirmou. "Estávamos em sétimo lugar na Série B há 18 meses, e estamos a crescer com a nossa forte identidade. Acreditamos muito no que estamos a fazer para criá-la. É um prazer treinar os meus jogadores, porque eles querem melhorar, progredir e dar o melhor de si em campo".
Passar no exame
Naturalmente, para o catalão, que cresceu a poucos passos de distância em termos de futebol antes de ir para os Gunners, esta partida é mais do que um simples amigável por um troféu honorário: é "um teste", como ele também já disse várias vezes. Até agora, a pré-época tem sido perfeita, com quatro vitórias sobre o Lille (3-2), Al-Ahli (3-1), Ajax (3-0) e Betis (3-2). Foi um percurso árduo, mas que se desenvolveu de forma a que "os jogadores saibam o que é jogar contra grandes equipas que querem ganhar".
O passado de Fàbregas como jogador reflete-se na sua proposta de treinador: "Somos um clube jovem (a nova estrutura do clube foi criada em 2017). Antes, a tática era o 5-4-1 com um bloco baixo. Agora é o contrário: somos uma equipa dominante que quer a bola e quer pressionar o adversário". Parece-lhe familiar?
Esta vontade de sair rapidamente e de contrariar a pressão desde o início é evidente mesmo durante os 15 minutos de treino dados à imprensa: o pessoal é multilingue, alternando ordens em italiano, espanhol e inglês, propondo aquecimentos dinâmicos e jogos que fazem com que o clássico meinho, tão caro às equipas espanholas, pareça uma troca de passes amigável.
O Como tem dinheiro para recrutar e a proximidade com o famoso lago acrescenta o toque certo de glamour. E depois de terminar em 10.º lugar na primeira temporada na Série A, as probabilidades de conquistar uma vaga na Europa em 2026 são grandes. Fàbregas coloca-se no molde de Guy Roux dos tempos do Auxerre, sem nunca admitir: "Ainda temos de melhorar. O processo é melhorar. É verdade que estamos a ir mais depressa do que o esperado, mas não estamos a falar da Europa dentro do clube. Isso seria um erro. Antes de mais, quero desenvolver uma identidade de jogo forte".
Fàbregas sabe melhor do que ninguém: a segunda época é a da confirmação, a mais difícil. Aos 38 anos, continua a ser um treinador jovem, que admite ter a sorte de contar com uma equipa bem apetrechada para o orientar nas suas decisões e confessa que gostaria de ter tempo com Hansi Flick para colocar todas as questões que tem em mente: "Ele tem uma ideia moderna do futebol, dinâmico e móvel. Gosto da pressão que exerce sobre nós. Estou muito impressionado porque o Barça é forte na posse de bola, mas também na transição, na verticalidade e no jogo individual. Estou ansioso por ver os meus jogadores contra adversários assim".