A denúncia foi feita pelo pré-candidato à presidência do clube, Luis Monteagudo, que afirma ter recebido documentos anónimos indicando possíveis gastos indevidos com cartomantes e uma fabricante de artigos de sadoquismo (como chicotes, roupas de couro, algemas, etc.).
Siga o Fluminense - Juventude no Flashscore
Monteagudo, advogado e ex-integrante do Conselho Deliberativo, publicou um vídeo no perfil Tricolor de Coração, em que afirma ter protocolado a denúncia junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo ele, o material recebido inclui extratos, faturas, notas fiscais, relatórios internos e trocas de e-mails, somando cerca de R$ 4 milhões (630 mil euros) em despesas.
O pré-candidato declarou ter identificado “compras estranhas” e “indícios de desvio de finalidade”, e comparou o caso a denúncias recentes de mau uso de cartão corporativo no Corinthians.

Fluminense diz que acusação infundada é “criminosa”
Em nota oficial, o Fluminense classificou a denúncia como “criminosa e infundada” e afirmou que todas as despesas citadas têm comprovação detalhada. O clube sustentou que os gastos referem-se a materiais e bens básicos para a operação quotidiana, e não a despesas pessoais.
O texto rebateu as principais acusações, explicando que:
- A empresa Impacta Play, mencionada como fornecedora de produtos de sadomasoquismo, é na verdade fornecedora de relva e areia utilizadas na manutenção dos campos do CT Carlos Castilho.
- A Art List, descrita como aplicativo de música, é uma plataforma de trilhas sonoras licenciadas usadas em produções da FluTV.
- O nome Michele de Souza Paulo, apontado como “cartomante”, seria uma representante comercial da empresa Nepo Fitness Soluções, prestadora de serviços de manutenção de equipamentos desportivos.
- O clube afirmou ainda que as despesas citadas incluem compras comuns, como meias especiais para o plantel profissional e manutenção de veículos de serviço, e que todas estão devidamente documentadas.
Ministério Público vai envolver-se no imbróglio
A nota tricolor informa que o clube irá entregar um dossiê completo ao Ministério Público e demais autoridades, com extratos e comprovativos, para que seja aberta uma investigação sobre possível supressão de documentos internos.
Além disso, o Fluminense informou que recorrerá aos órgãos internos de controlo e ao Poder Judiciário para apurar a conduta de Monteagudo e procurar a reparação por danos morais e institucionais.
“Obter documentos de forma irregular e divulgá-los de forma especulativa nas redes sociais, baseado apenas em supostas pesquisas de internet, mancha a honra da instituição e dos seus dirigentes”, refere a nota.
Contexto político
A denúncia surge no meio do período pré-eleitoral no Fluminense, com as eleições presidenciais previstas para o fim de 2025. Monteagudo é um dos nomes que devem disputar o sufrágio contra a base aliada de Mário Bittencourt, que ainda não confirmou vai procurar uma reeleição.