Mais

Palmeiras defende relvados sintéticos, em resposta à campanha liderada por Neymar e Depay

Maiores nomes do futebol brasileiro não estão satisfeitos com os campos de relva sintética
Maiores nomes do futebol brasileiro não estão satisfeitos com os campos de relva sintéticaCarla Carniel / Reuters

O Palmeiras, clube da primeira divisão brasileira, diz que não há base científica para as alegações feitas por Neymar, Thiago Silva e Memphis Depay, que estavam entre os jogadores que lançaram uma campanha contra os campos de relva sintética no Brasil.

O Palmeiras, o atual campeão Botafogo e o despromovido Atlético Paranaense estão entre os clubes que utilizam campos cm relvados sintéticos na Série A do Brasileirão.

Os elevados custos de investimento e manutenção levaram os clubes de todo o mundo a optar por campos artificiais. Muitos clubes da Premier League utilizam um campo híbrido, que combina relva natural e artificial, uma vez que os campos totalmente sintéticos não são permitidos na primeira divisão inglesa.

No ano passado, os clubes da primeira divisão escocesa votaram a favor da proibição dos campos artificiais a partir do início da época de 2026/2027.

"É preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está a tomar. É um absurdo que tenhamos que discutir a relva sintética nos nossos campos", disseram os jogadores, num comunicado conjunto, na terça-feira.

"Objetivamente, com o tamanho e a reputação do nosso futebol, isso nem deveria ser uma opção... Nas ligas mais respeitadas do mundo, os jogadores são ouvidos e são feitos investimentos para garantir a qualidade do relvado nos estádios. Se o Brasil quer ter um papel de liderança no mercado mundial de futebol, o primeiro passo deve ser exigir a qualidade do campo onde os jogadores jogam e treinam. Futebol profissional não se joga em relvado sintético", podia ler-se.

O Palmeiras disse que, apesar de considerar o debate sobre a qualidade dos relvados brasileiros um assunto urgente, a questão não seria resolvida com "críticas superficiais e sem base científica".

O clube paulista acrescentou que o seu campo sintético é certificado pela entidade máxima do futebol mundial, a FIFA, e tem sido submetido a inspeções anuais desde a sua implementação, em 2020, para garantir que a superfície segue os mesmos parâmetros de um campo de relva natural em perfeitas condições.

"Não existe qualquer prova científica de que o risco de lesões nos campos artificiais seja superior ao dos campos naturais... Diversas pesquisas realizadas pela imprensa mostram que o Palmeiras, nos últimos cinco anos, é o clube da Série A com o menor número de lesões", defendeu o clube orientado por Abel Ferreira.