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Ronaldo desiste da candidatura à presidência da CBF: "Não houve abertura para o diálogo"

Ronaldo não conseguiu reunir apoio necessário entre Federações Estaduais
Ronaldo não conseguiu reunir apoio necessário entre Federações EstaduaisJOSE BRETON/NurPhoto/NurPhoto via AFP
Ronaldo Fenómeno anunciou a sua retirada da corrida à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), alegando falta de espaço para apresentar as suas ideias. O ex-jogador revelou que encontrou resistência por parte das federações estaduais, que se recusaram a ouvi-lo e já demonstravam apoio à reeleição do atual presidente, Ednaldo Rodrigues.

"No meu primeiro contacto, encontrei 23 portas fechadas. As federações recusaram-se a receber-me nas suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição", escreveu Ronaldo Fenómeno no seu Instagram.

"Não pude apresentar o meu projeto, levar as minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo", acrescentou o ex-jogador.

Ronaldo necessitava do apoio de pelo menos quatro federações e de quatro clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro para poder participar nas eleições da CBF.

A candidatura era vista com bons olhos, mas já se esperava desde o início que as federações, por mais que avaliassem Ronaldo de forma positiva, rejeitariam a possibilidade de uma mudança na liderança da entidade que rege o futebol brasileiro.

Por mais que o Fenómeno levasse adiante o desejo de enfrentar Ednaldo Rodrigues, o atual presidente da CBF, ainda estaria sujeita ao complicado sistema de eleição da entidade, que atribui grande peso aos votantes.

O mais importante para o ex-jogador seria garantir o voto dos presidentes das federações. Dentro da metodologia atual do processo eleitoral da CBF, se 24 federações votarem num candidato, este será eleito independentemente dos votos dos clubes das Séries A e B do Brasileirão.

"O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito delas e eu respeito, independentemente das minhas convicções", afirmou Ronaldo.

"Continua a acreditar que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união", concluiu.