O Flamengo apresentou oficialmente o atacante Samuel Lino nesta sexta-feira, no Ninho do Urubu. O novo camisola 16 explicou por que escolheu o Rubro-Negro mesmo com propostas de clubes europeus. Apesar do orgulho de ser a contratação mais cara da história do Fla, Lino ainda afirmou: "Nome e número não entram em campo".
Samuel Lino regressou ao futebol brasileiro após seis temporadas na Europa. Formado pelo São Bernardo, com uma passagem pelo Flamengo no sub-20, em 2018, o atacante foi para Portugal atuar no Gil Vicente um ano depois. Na apresentação, o extremo contou como não tirou os olho do Rubro-Negro e, quando a oferta chegou, foi difícil recusar.
"Desde a passagem pelo Flamengo, eu passei a acompanhar a equipa principal sempre. É verdade que tive propostas interessantes da Europa, financeiramente boas da Arábia. Mas quando veio o Flamengo com uma boa proposta eu pensei: é um clube gigantesco, que já joguei e está sempre a disputar títulos, nas primeiras colocações, com muitos jogadores na seleção brasileira", disse.

"Isso atraiu-me muito mais do que os projetos que me ofereceram na Europa e em outros países. Quando se está num clube gigantesco e também perto da minha família, falar a minha língua, comer a comida brasileira. Tudo contou muito para eu estar aqui hoje no Flamengo", completou Lino.
O atacante ainda está no início da carreira, com apenas 25 anos, e foi questionado se a idade teve alguma influência na decisão de trocar a Europa pelo Brasil. Samu ainda relembrou um encontro com outro grande reforço que deixou a Europa para vir ao Brasil.
"Há um mês eu falei com a minha mãe: 'Imagina eu voltar para o Brasil, perto da família'. Eu nunca pensei na idade, acho que o mercado brasileiro tem crescido muito. No Mundial deu para ver. Joguei contra o Botafogo na última jornada e colocaram-nos em dificuldades. O Brasil está num crescimento gigantesco", contou.
"Encontrei com o Memphis quando estava de férias em São Paulo e ele falou que o futebol estava a crescer, a estrutura e tudo. Flamengo é um clube gigantesco no Brasil, se fosse na Europa também lutaria por títulos. Nunca pensei na idade ou por ser novo. Quando o projeto é bom e vai fazer você crescer, demonstrar seu futebol e aquilo que você ama e sabe fazer, não tem idade", explicou.
Peso de ser a maior contratação da história
Aos 25 anos, Samuel é a contratação mais cara da história do Flamengo. O clube pagou 22 milhões de euros fixos ao Atlético de Madrid pela transferência, além de 2 milhões de euros em bónus desportivos. O jogador não escondeu que se sente orgulhoso, mas ressaltou que isso não importa na hora de pisar no relvado.
"Ser a maior contratação da história do Flamengo é incrível, motivo de muito orgulho. Este clube tem muito talento, jogadores de qualidade, mas nomes e números não entram em campo", declarou.
"Se não correres e deres tudo de si, deixar 100% em campo, aqui no futebol brasileiro não vais ganhares. Estou muito tranquilo e feliz. A felicidade de estar aqui faz tirar a pressão que existe por ser a maior contratação", garantiu.
Seleção brasileira
Sobre o interesse em um dia vestir a camisola da Seleção Brasileira, Lino destacou o histórico recente de jogadores do Fla convocados.
"O Mundial está a chegar. Vim para o Flamengo também em busca desse objetivo na minha carreira. Na última pré-convocatória foram cinco, seis jogadores daqui. Há jogadores de alta qualidade e sempre a olhar pela seleção, disputando títulos. O meu sonho e objetivo é jogar pela seleção, jogar num Campeonato do Mundo. Vou trabalhar o máximo que eu puder por isso", disse o atacante.
Estreia de destaque
Samu já estreou com a camisola do clube na última quinta, na derrota contra o Atlético-MG pela Taça do Brasil (1-0). O atacante entrou aos 58 minutos, e chegou a fazer o golo de empate, que terminou anulado por impedimento.
Numa primeira atuação de destaque, Lino liderou as finalizações da equipa (4), toques na bola na área rival (9), duelos vencidos (6) e dribles certos (3). A exibição foi muito elogiada por Filipe Luís, na conferência pós-jogo, e Lino comentou como identificou, junto ao técnico, como já sabe no que contribuir ao jogo da equipe.
"O Filipe mostrou-me o modelo de jogo e que eu já vinha a fazer algumas coisas no Atlético de Madrid. Estar aberto, pedir a bola nas costas, dar profundidade para a equipe. Fiquei mais tranquilo, porque assim consigo me adaptar rapidamente para o estilo de jogo que ele pede. Vou tentar colocar em prática nos jogos", contou.
O atacante foi questionado sobre a disponibilidade nos próximos jogos. Depois de um desempenho nada tímido contra o Atlético-MG, Lino garantiu estar pronto para o que Filipe precisar.
"Ontem me custou um pouco apanhar o ritmo, mas depois consegui me encaixar bem. Se o Filipe precisar de mim como titular, para 40, 50, 60 minutos eu estou pronto. Vim preparado", afirmou.
O Fla volta a jogar no próximo domingo, na Arena Castelão, contra o Ceará. Na próxima semana, a equipa vai até à MRV Arena para o jogo da segunda mão da Taça do Brasil, contra o Atlético-MG.