Mais

Textor deve pagar multa por ter alegado manipulação de resultados no Brasil sem provas

John Textor, sempre polémico até nas roupas
John Textor, sempre polémico até nas roupasOlivier CHASSIGNOLE / AFP
O dono do Botafogo, o magnata John Textor, deve pagar uma multa equivalente a cerca de 165 mil euros para que a justiça desportiva brasileira encerre um processo contra ele por ofensas e por não apresentar provas de manipulação de resultados que denunciou na primeira divisão do futebol brasileiro.

A sanção é o resultado de um acordo entre a defesa do controverso empresário norte-americano e o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva brasileiro (STJD), que o acusou em setembro por várias violações do código desportivo, informou o tribunal numa nota divulgada na quinta-feira, 27 de fevereiro.

Os advogados do magnata propuseram-se a pagar um milhão de reais (cerca de 165 mil euros), para que a Justiça julgue o caso em primeira instância. Uma eventual condenação poderia custar ao proprietário do clube carioca, campeão da Taça Libertadores e do Brasileirão de 2024, uma suspensão de até dois anos e sanções pecuniárias.

O Ministério Público aceitou a proposta e deu 10 dias para o pagamento da multa, "a maior da história do Tribunal do Futebol Brasileiro", acrescenta o boletim.

O Ministério Público abriu o processo contra o proprietário do conglomerado Eagle Football, que também controla o Olympique Lyon, depois de ter denunciado, em março de 2024, alegadas manipulações em jogos do campeonato brasileiro, incluindo o de 2023.

Nessa época, o Botafogo sofreu um tropeção incaraterístico que o fez perder o lugar no topo da liga e a hipótese de conquistar o seu primeiro título de campeão desde 1995.

"As acusações (feitas pelo magnata) foram feitas com base em (um relatório de) uma empresa de inteligência artificial e sem apresentar provas substanciais", disse o STJD.

Textor também "ofendeu a honra" de jogadores do Palmeiras (eventual campeão em 2023), São Paulo, Fortaleza, do árbitro Bráulio da Silva Machado e do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.

As denúncias do empresário surgem meses depois de ter sido descoberto um escandaloso esquema de viciação de resultados e apostas no Brasil. Por este caso, que chegou a afetar jogos da primeira divisão, 29 futebolistas foram denunciados à justiça desportiva. Alguns foram suspensos por até dois anos.