Cesc Fàbregas, entre o "não" a San Siro e a vontade de vingança de Chivu no Inter-Como

Cesc Fàbregas regressa a San Siro como visitante
Cesc Fàbregas regressa a San Siro como visitanteMARCO LUZZANI / GETTY IMAGES EUROPE / GETTY IMAGES VIA AFP

O técnico catalão regressa ao Meazza, depois do interesse do clube nerazzurro durante o verão, com o objetivo de acentuar as dificuldades do Inter nos grandes jogos. Um dérbi que une ambições, projetos, oportunidades perdidas e o desejo de se livrar do rótulo de "segunda opção".

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dérbi lombardo entre o Inter e o Como chega numa altura em que o que se passa dentro das quatro linhas cruza-se inevitavelmente com o que poderia ter acontecido fora delas.

Quem vai pisar o relvado de San Siro será Cesc Fàbregas, que entra no Giuseppe Meazza não como treinador do Inter – como muitos imaginaram e desejaram com força no último verão – mas sim como líder de um Como que já não é surpresa, ocupa o quinto lugar na tabela e está consolidado entre os protagonistas da Serie A.

Parte superior da classificação da Serie A
Parte superior da classificação da Serie AFlashscore

E é difícil esquecer que, em junho passado, quando a saída de Simone Inzaghi deixou um vazio no banco nerazzurro, a primeira escolha do Inter não foi Cristian Chivu, mas sim ele, o jogador formado no Barça que devolveu o Como à Serie A, sendo protagonista de uma estreia brilhante no escalão principal graças a um projeto técnico-tático inovador, uma ideia de jogo corajosa e uma visão moderna do papel de treinador.

O Inter – e não só o Inter – reconheceu o potencial e apostou em Fàbregas como o perfil ideal para iniciar uma nova era. Os contactos foram reais e intensos, e no clube estavam convencidos de que era o homem certo para redefinir a identidade e as ambições, acreditando que conseguiriam levá-lo para Milão.

A grande recusa

Mas não foi assim: o Como manteve-se firme. O clube do lago fechou imediatamente qualquer possibilidade, declarando Fàbregas "intransferível", como se faz com as grandes referências. Uma mensagem clara: o projeto continuaria com ele, sem hesitações.

Assim, no lado nerazzurro dos Navigli, decidiu-se que o responsável por abrir o novo capítulo seria Cristian Chivu, chamado de volta após a experiência no Parma, num contexto complicado, com uma herança pesada e uma certeza: o técnico romeno chegou sabendo que não era a primeira escolha, mas com muita vontade de que ninguém sentisse falta de Fàbregas.

Só derrotas para Fàbregas frente ao Inter
Só derrotas para Fàbregas frente ao InterFlashscore

No entanto, desde então, o Inter tem alternado momentos convincentes com fragilidades nos grandes jogos, o verdadeiro calcanhar de Aquiles desta fase. As recentes derrotas no dérbi frente ao Milan e na Liga dos Campeões diante do Atlético de Madrid, bem como as dificuldades gerais perante adversários diretos, travaram em parte o percurso de Lautaro e companhia.

Atualmente, os nerazzurri não estão mal nem em Itália nem na Europa: ocupam o terceiro lugar na Serie A, a um ponto da dupla de líderes formada por Milan e Nápoles, e são quartos na Liga dos Campeões, a três pontos do topo. No entanto, sabem que nos grandes momentos ainda há algo que não está a funcionar plenamente.

O rótulo de "segunda opção"

Por isso, o duelo frente ao Como transforma-se num confronto que vai além da classificação. De um lado, está Chivu, que quer livrar-se do rótulo de "segunda opção", mudar a dinâmica e provar que o seu Inter pode também vencer nos jogos decisivos.

Do outro, Fàbregas, que regressa ao local onde poderia ter dado o grande salto: San Siro. Ali, onde o interesse nerazzurro lhe mostrou que era visto como um dos treinadores mais interessantes da Europa e onde poderá confirmar – se é que ainda é preciso – que é muito mais do que uma simples aposta.

As probabilidades de vitória
As probabilidades de vitóriaOpta by Stats Perform

Seis meses depois, o Como é quinto, a apenas quatro pontos do topo. Embora não seja candidato ao Scudetto, é uma equipa que joga bem, tem uma identidade clara, surpreendeu primeiro e depois convenceu. Um triunfo no Giuseppe Meazza daria ainda mais força ao projeto do clube do lago e, para Cesc Fàbregas, seria uma afirmação silenciosa, mas muito significativa.

Em suma, no próximo sábado, o jogo do Giuseppe Meazza disputa-se em dois planos. O primeiro, o evidente da classificação. O segundo, provavelmente, ficará em segundo plano, mas está relacionado com tudo aquilo que poderia ter sido e não foi.