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Di María entre os 20 investigados por utilização de plataformas ilegais

Di María, extremo argentino do Benfica, ex-Juventus
Di María, extremo argentino do Benfica, ex-JuventusJose Manuel Alvarez Rey/NurPhoto / Shutterstock Editorial / Profimedia
O jornal italiano "Corriere della Sera" noticia esta sexta-feira novos dados sobre o caso das apostas ilegais que tem assolado a Serie A italiana e que levou às suspensões e multas a Sandro Tonali e Nicolò Fagioli.

Desta vez, segundo a mesma fonte, há vinte novos suspeitos, desta vez de terem usado sites ilegais de jogos. Citando fontes do Ministério Público de Milão, o "Corriere della Sera" acrescenta o nome de Ángel Di María, atualmente jogador do Benfica e à data dos factos jogador da Juventus.

Os atletas participaram entre 2021 e 2023, segundo a investigação, em jogos não autorizados pela Agência das Alfândegas e dos Monopólios, que tutela esse tipo de atividades em Itália, em especial em jogos de póquer online, nos quais os organizadores criavam "salas fechadas" protegidas por palavra-passe e decidiam os participantes que podiam entrar no jogo. 

Segundo o Ministério Público de Itália, os jogadores em causa não entravam nesta casa de apostas ilegal para ganhar dinheiro, mas apenas para ocupar o tempo livre. A partir daí, entravam num esquema financeiro, no qual os pagamentos eram realizados à casa de apostas através de uma relojoaria, onde "compravam" relógios Rolex.

Na verdade as compras nunca se concluíam, uma vez que serviam apenas para pagar à casa de apostas, mas os atletas até recebiam uma fatura da operação. Nos últimos dias, a Polícia Judiciária apreendeu mais de 1,5 milhões de euros nessa relojoaria.

Tonali e Fagioli ainda na mira

Apesar de já terem cumprido as respectivas sanções desportivas, Tonali e Fagioli estão agora também sob investigação criminal por violação da lei 401 de 1989, que pune o jogo ilegal.

Os dois são acusados não só de apostar em sítios clandestinos, mas também de facilitar a sua difusão entre colegas, facilitando a abertura de contas de jogo e a entrega de dinheiro. Em troca, teriam recebido bónus ou reduções das suas dívidas.

Os médios da Fiorentina e do Newcastle, respetivamente, "para além de terem feito numerosas apostas" nas plataformas ilegais, teriam desempenhado o papel de "angariadores de apostas" e teriam sido "remunerados com bónus nas suas contas de jogo" e com a redução das suas dívidas. É o que se depreende dos documentos da investigação milanesa. Os dois estão, de facto, a ser investigados por uma acusação que também diz respeito à "publicidade" dada à rede de apostas ilegais.

Além disso, segundo as autoridades, as declarações de Tonali teriam sido mais completas e coerentes do que as de Fagioli, que teria negado certos aspetos do seu envolvimento, que, no entanto, foram desmentidos pelo conteúdo das conversas nos telemóveis dos suspeitos.

A possível multa será pequena para as capacidades dos atletas - 250 euros - mas pode trazer implicações para os jogadores a nível disciplinar, caso a federação de futebol italiana (FIGC) queira sancioná-los. 

Além de Di María, os jogadores investigados são Alessandro Florenzi (AC Milan), Nicolò Zaniolo (ex-Roma), Mattia Perin (Juventus), Weston McKennie (Juventus), Leandro Paredes (Roma), Raoul Bellanova (ex-Empoli), Samuele Ricci (Torino), Cristian Buonaiuto (ex-Cremonese), Matteo Cancellieri (ex-Lazio e Empoli), Junior Firpo (Leeds United), o tenista Matteo Gigante e mais dez suspeitos que não são jogadores profissionais.