Recorde aqui a primeira parte da entrevista a Zanetti
- Porque não saiu do Inter? Recebeu propostas do Real Madrid em 2001 e não a aceitou?
A decisão aconteceu porque temos de colocar sempre na balança não só a parte económica, mas também o que sentimos num lugar. E eu sempre me senti muito bem no Inter, porque sentia um ambiente familiar e é isso que eu procuro e gosto. Por isso, decidi sempre ficar no Inter.
- O facto de ter tido Ricardo Bochini como referência por ter jogado toda a sua vida no mesmo clube (Independiente) é uma das explicações?
Sim, não é habitual, mas bem, Bocha pode ser um grande exemplo. Sendo um adepto do Independiente, certamente El Bocha é um grande exemplo, uma grande referência.
- Como é que vê a os laterais direitos hoje em dia, vê algum jogador semelhante?
Não, gosto do (Nahuel) Molina. Porque interpreta o papel de estar na frente, apesar de ter de defender primeiro tem sempre um ponto de vista ofensivo e era disso que eu gostava. Gosto dele, gosto muito da projeção que tem e porque pensa sempre na baliza adversária.
- Quais são as diferenças no Inter de Moratti, comparando com as experiências de Thohir e Jean?
Eram todos os proprietários com visões diferentes, com culturas diferentes, dinâmicas diferentes, porque Moratti vem de uma família muito identificada com o Inter. Passámos para Thohir, indonésio, um empresário que veio tentar acertar as contas.
- Das finanças?
Sim, as finanças. O proprietário chinês, Steven Zhang, que tinha muito poder de compra no início e queria fazer grandes investimentos, onde ganhámos muitas coisas. E agora este fundo norte-americano, Oaktree, que também tem ideias muito claras e quer levar o Inter ao topo.
- O seu papel foi modificado nas diferentes gestões?
Sim, mas eles sabiam sempre a identificação que eu tinha com o clube, por isso, também compreenderam essa parte.
"A Serie A está a regressar"
- A Série A parece ter perdido protagonismo ao longo do tempo, mas está agora a recuperá-lo?
Está a regressar. Hoje em dia, penso que a Premier League é o campeonato número um, mas a Serie A está a recuperar, está a voltar com equipas que tentam jogar bom futebol e a verdade é que nós gostamos disso e também está a receber muita atenção internacional, o que certamente poderá beneficiar muitos clubes.
- O seu antigo colega de equipa, Chivu, está a fazer um bom trabalho no Parma...
Sim, o Cristian está a fazer um excelente trabalho. Primeiro, esteve connosco nos juniores durante três anos, fez um grande trabalho e agora está no Parma a ter esta oportunidade. Assumiu o cargo num momento difícil para o Parma, que estava na zona de despromoção. O campeonato terminou e o Parma manteve-se na Série A. Portanto, acho que Cristian é um técnico que terá uma longa carreira.
- Vê algum dos seus antigos companheiros de equipa como treinador no futuro?
Vejo o Cambiasso. Se vier a ser treinador, será um grande treinador, porque já o era quando jogava em campo e, certamente, se tiver de o fazer numa equipa, conhecendo-o, fá-lo-á muito, muito bem.
- O Inter vai defrontar o River no Mundial de Clubes, o que pensa deste jogo?
Para mim, poderia ser um grande jogo entre o Inter e o River, porque ambos tentam jogar um bom futebol. O River tem um jogador jovem como Mastantuono, que tem apenas 17 anos, mas joga com uma personalidade que o faz parecer que joga na Série A há 10 anos.
- O Inter olhou para Mastantuono?
Quem não gostaria de Mastantuono? Mas a verdade é que ele é muito caro.
- Poderia encaixar bem na equipa...
Qualquer equipa gostaria de ter Mastantuono, mas, repito, é muito caro.
- O que pensa sobre o Mundial de Clubes?
É um novo campeonato, um novo formato, mas penso que é uma boa oportunidade, porque todas as equipas de diferentes partes do mundo vão jogar umas contra as outras e é a primeira vez. Todos vão querer ganhar, por isso todos se vão preparar da melhor maneira.
- Acredita que as equipas europeias estão a levar a competição a sério?
Por aquilo que estava a dizer antes, por ser o novo formato, penso que é um torneio muito prestigiante. Jogar contra equipas de outras partes do mundo enriquece-nos sempre e é por isso que penso que quando começar vai haver muita gente a assistir.
Yamal, "um talento único"
- Descreva Lamine Yamal em duas palavras.
Jogador incrível. Um talento único, muito rápido, tanto com o pé direito como com o esquerdo. Tem apenas 17 anos e já disputou mais de 100 jogos. A verdade é que tem um grande futuro pela frente.
- Compará-lo com Messi é demasiado.
Hoje, sim, porque Messi foi o melhor durante muito tempo. Esteve na elite com uma continuidade que é muito difícil e Leo para mim é a essência do futebol. Se Lamine conseguir isso... Com continuidade, estará certamente nesse pódio. Mas hoje, compará-lo com Messi é muito prematuro.
- Considera-o um jogador diferente?
Diferente, com muita velocidade, com muita calma. Estamos a falar de um rapaz de 17 anos, mas com uma grande personalidade. Um jogador que quer sempre a bola. A verdade é que o Barcelona tem um jogador extraordinário.
Vamos a uma ronda de respostas de uma só palavra
- Café ou mate?
Mate.
- Milão ou Buenos Aires?
Buenos Aires, porque vivo em Como, portanto Buenos Aires.
- Cozinha italiana ou argentina.
Churrasco argentino.
- Quem é o melhor jogador de futebol da atualidade?
Lamine Yamal
- E equipa?
Inter.
- O melhor treinador da atualidade.
Simone Inzaghi.
- Qual foi o melhor companheiro de equipa que teve na sua carreira de jogador?
Tive a sorte de jogar com o Messi.
- E o melhor que enfrentou?
O fenómeno Ronaldo.
- Que teve como companheiro de equipa também.
E sofri com ele!
- Consegue citar os melhores 11 jogadores com quem jogou?
Ronaldo Fenómeno, Baggio, Simeone, Batistuta, Caniggia, Samuel, Cambiasoo, Julio César, Maicon, Roberto Carlos. Todos jogadores incríveis.
- 4-4-2?
Sim, Messi, Eto'o, Milito. Joguei com quase todos eles e foi uma honra e um privilégio.
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