Retirado desde 2018, Júlio César hoje vive em Lisboa, onde brilhou pelo Benfica na reta final do seu trajeto profissional. Apesar das três temporadas e meia nos encarnados, o antigo guarda-redes contou que quase foi parar ao FC Porto em 2005, quando deixou o Flamengo e acabou por assinar com o Inter de Milão.
"Eu saí do Flamengo com o meu passe, estava livre. O meu pai estava a conversar com o FC Porto, e aí o Inter de Milão veio e demonstrou interesse. Obviamente, por questões financeiras e outras situações, a proposta do Inter acabou por ser melhor", explicou.

"Sentia-me o Super-homem"
Júlio César falou em detalhe sobre a auge no Inter de Milão, que descreveu como um "conto de fadas". O guarda-redes foi uma das peças fundamentais da equipa que conquistou o triplete em 2009/10, sob o comando de José Mourinho. E deixa a modéstia de lado quando avalia o seu desempenho naquela época.
"Entre 2008 e 2010, eu entrava em campo e sentia-me o Super-homem, com aquela capa vermelha. Havia jogo em que eu entrava e dizia: 'Hoje não vou sofrer golos'. E é preciso ter cuidado quando se está com essa confiança, porque o excesso de confiança é traiçoeiro", afirmou Júlio Cesar.
"Foi um momento em que eu não via ninguém à minha frente. Com todo o respeito, com toda a falta de modéstia. Não via nem Buffon, nem Casillas, nem ninguém. Até o meu amigo Dida, por quem tenho um respeito enorme, um grande guarda-redes, e com quem aprendi muito", acrescentou.
Amor pelo Flamengo
Apesar do ápice técnico no Inter de Milão, Júlio César não esconde que foi mais feliz noutro lugar.
"Em termos de títulos foi muito bom (o Inter). Mas onde fui mais feliz foi o Mengão. Eu fui muito feliz no Mengão. Não estou a ser hipócrita, não. Toda a gente sabe que o Flamengo é a minha equipa do coração. Poder sair da bancada e transferir para o campo, jogar e representar o clube do coração, não tem preço", garantiu.
