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Era 17 de setembro de 1989 e pairava um ar estranho no San Paolo. O campeão europeu Nápoles - acabado de vencer a Taça UEFA- recebia a Fiorentina, mas o cenário não era o habitual.
Diego Armando Maradona, o homem que tornou a cidade grande e feliz, não estava em campo, mas sim no banco de suplentes, com uma camisola número 16 que parece não combinar com a sua grandeza. Um sinal forte: o verão foi turbulento, feito de brigas, promessas não cumpridas e um desejo de fuga que o colocou a um passo do adeus.
Durante esses meses, Bernard Tapie cortejou-o para o Marselha, Ferlaino prometeu libertá-lo, mas depois voltou atrás na sua palavra, e Diego foi assobiado no San Paolo e só apareceu em setembro, atrasado e irritado, e o Nápoles interrogou-se se o seu caso de amor com o Pibe teria chegado ao fim.

O golazo de Baggio
Naquele domingo de fim de verão, Diego começou a ver o jogo do banco e à sua frente explodiu o talento de um jovem de 22 anos com a camisola roxa: Roberto Baggio. Marcou dois golos, um dos quais parecia saído diretamente do repertório de Maradona no Campeonato do Mundo do México: partiu de longe, driblou quem o tentava parar, entrou na área, fintou Giuliani e depositou a bola na baliza. Um golo de antologia, tão bonito que até Diego se levanta do banco para o aplaudir.
No final da primeira parte, o marcador assinalava 0-2, com o Nápoles de costas para a parede. Mas ao intervalo algo mudou. Maradona entrou, e a história voltou a entrar nos eixos. No início do segundo tempo, teve a chance de abrir o marcador de penálti, mas Landucci defendeu o remate.
Não importa: a presença de Diego abalou os seus companheiros, o Nápoles encontrou uma nova energia e, ao fim de 45 minutos vibrantes, anulou os Viola. Três golos, assinados por Renica (que terminou como autogolo de Pioli Pioli), Careca e Corradini, arrasaram a Fiorentina e fizeram explodir o San Paolo.
Renascimento
Aquele 3-2 não é apenas uma vitória: é o renascer de uma relação, o sinal de que a turbulenta história de amor entre o Nápoles e Diego ainda não tinha terminado e que Maradona continuava a ser o líder indiscutível da equipa.
O resto é história: Maradona termina o campeonato com 16 golos, o seu melhor registo na Serie A, conduzindo a Azzurra ao segundo Scudetto da sua história. E, no entanto, tudo começou naquela estranha tarde de setembro, a partir daquele banco invulgar, a partir de um golo "à la Maradona" de Baggio aplaudido pelo próprio Pelusa.
Talvez tenha sido nesse momento que Diego decidiu reconquistar aquele mesmo Nápoles que, poucos meses depois, no verão das Noites Mágicas, tomou o seu partido. Mas isso é outra história, outro flashback.