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A rivalidade entre Nápoles e Juventus é, sem dúvida, uma das mais fortes da Serie A Desde a "fuga" de Omar Sivori até aos super duelos entre Michel Platini e Diego Armando Maradona. Um dos momentos mais tensos entre os dois clubes, no entanto, é relativamente recente e remonta a 2016, ano da transferência de Gonzalo Higuaín para Turim.
A 14 de maio desse ano, Pipita voltou a vestir de azul e marcou um hat-trick contra o Frosinone na última jornada da época para chegar aos 36 golos e, com isso, bater o recorde de golos numa só época na Serie A, detido desde 1950 pelo lendário avançado sueco Gunnar Nordahl, do AC Milan.
O atacante argentino, porém, já sabia naquele momento que aquele seria também o seu último golo com a camisola do Nápoles. Dois meses depois, de facto, o antigo avançado do Real Madrid foi contratado pela Juventus por 90 milhões de euros, no que ainda é considerado pelos adeptos napolitanos como a mais dolorosa das traições.
A Pipita não exulta
Passaram mais três meses e Higuaín assinou o último golo que permitiu aos Bianconeri vencerem o Nápoles, mas não festejou em sinal de respeito para com os seus antigos adeptos, apesar de Aurelio De Laurentiis não ter perdido uma única oportunidade para criticar a sua saída desde o dia em que partiu, transferindo todas as culpas para ele.
Pipita, no entanto, não se deixou dominar pela emoção e conseguiu, como dissemos, conter-se. Bem, essa seria a última vez. E sim, porque os ataques do presidente do Nápoles - para além dos dos adeptos que, no entanto, o jogador considera "legítimos" - não cessaram: "É um falso e um traidor".
Onde está o Aurélio?
E é por isso que, em vésperas do seu regresso a Nápoles na época seguinte, marcado exatamente para o primeiro dia de dezembro de 2017, Higuaín prepara a mais clássica das vinganças, não deixando nada ao acaso: nem mesmo o golo que, infalivelmente, chega ao fim de apenas 12 minutos e que, no final do jogo, seria também o único, o decisivo.
E assim, uma vez batido o seu antigo companheiro de equipa, Pepe Reina, o avançado argentino dá largas à sua emoção, levando a mão à orelha direita para responder às críticas mais ou menos educadas dos adeptos. Mas as pessoas não eram o seu principal alvo.
A certa altura, de facto, Pipita pára e, da orelha, a mão passa para a testa: a direção do seu olhar é a da bancada e, portanto, a de De Laurentiis: "Sim, olhei para a bancada, procurei-o mas não o vi, talvez estivesse escondido".