Igli Tare conta a sua história sem filtros, numa longa entrevista à "Top Story". O diretor desportivo do AC Milan traça a sua carreira, desde os seus primórdios na Albânia até ao topo do mercado rossoneri, entre sacrifícios, sonhos realizados e curiosidades inéditas sobre a sua vida e obra.
O percurso de Igli Tare foi tudo menos linear. Quando era jovem, sonhava em pisar os tabuleiros da Serie A, embora poucos acreditassem nele: "Sentia que ia passar de futebolista a treinador, como me sentia durante a era comunista com os meus colegas de escola, quando nos sentávamos no Parku Rinia e eu lhes dizia sempre que um dia me veriam na Serie A, na liga italiana."
"Eles diziam-me sempre que eu era maluco e não acreditavam em mim. Passados 15 anos, encontrei por acaso um amigo meu que me contou este facto. Acredito que se temos um sonho, temos de saber lutar para o realizar. Tenho uma expressão que uso sempre: 'O que para os outros é o fim, para mim é apenas o princípio'", explicou.
A sua fuga da Albânia levou-o primeiro para a Grécia e depois para a Alemanha, entre dificuldades e trabalhos braçais.
"Eu trabalhava como jardineiro. No início, tinha muita vergonha. Nas duas primeiras semanas na Alemanha, pensei que as pessoas me iam reconhecer, tapei-me, mantive os olhos abertos, porque pensei que se alguém olhasse para mim, diria: 'Foi assim que passaste de futebolista a jardineiro'", recordou.
A chegada ao AC Milan
O sonho de trabalhar num grande clube italiano concretizou-se finalmente: "Era uma oportunidade que eu sentia que ia chegar. Sempre pensei que um dia os meus caminhos se cruzariam com este clube, e de facto cruzaram-se. Também já tinha havido uma oportunidade no passado para o concretizar e sabia que era apenas uma questão de tempo. Fui muito paciente desde o momento em que terminei a minha experiência na Lazio. 18 anos na Lazio, três como jogador e 15 como diretor desportivo".
Para Igli Tare, o AC Milan não é apenas um clube: é um desafio pessoal, uma parte integrante da sua vida e carreira.
"Quero ficar o máximo de tempo possível, porque é um clube que representa o limite, não se pode ir mais alto do que o AC Milan. É um dos clubes mais titulados do mundo, juntamente com o Real Madrid. Até há poucos anos, era o clube com mais troféus conquistados. Para chegar a este nível, houve muito trabalho, sacrifício e paixão. É uma honra fazer parte da história de um clube como este. Fazer parte desta realidade deixa-me muito satisfeito", assumiu.
"A nível de crescimento pessoal, a minha experiência no AC Milan é fundamental. Para mim, não é apenas um clube, mas uma parte integrante da minha carreira e da minha vida, pelo que é uma obrigação espiritual vencer com este clube e fazer parte da sua história", acrescentou.
A relação com Allegri e as escolhas do clube são claras na opinião de Tare: "O clube apoiou a minha opinião de o contratar como treinador porque a sua experiência e a forma como lida com diferentes situações com a equipa, com o clube, são excelentes".
Por fim, o diretor desportivo não esconde os talentos do futuro: "Jashari tem tudo para ser um grande jogador".
Problemas na defesa
Alguns problemas na defesa do AC Milan de Massimiliano Allegri para a partida contra a Juventus em Turim. Estupiñán, que foi expulso contra o Nápoles, não vai estar presente, e Tomori também está em dúvida devido a uma lesão na coxa que o obriga a treinar à parte do resto do grupo.
Assim, Bartesaghi será substituído no flanco e De Winter no lugar de Tomori.

No ataque, apesar de Rafael Leão estar totalmente recuperado, a dupla Pulisic-Gimenez deve ser confirmada para dar tempo ao número 10 português de recuperar a sua melhor condição.