Na terceira parte de entrevista de Leila Pereira ao site ge, publicada esta quinta-feira, a presidente do Palmeiras admitiu que a relação com a empresa parceira deteriorou-se depois do clube ter recorrido à Justiça e revelou-se furiosa com a Real Arenas, gestora da arena.
"É mentirosa a alegação de que é um sucesso. É para eles (Real Arenas), que ganham 100% das receitas, às custas de uma propriedade do Palmeiras. Até hoje, para o Palmeiras, foi um péssimo negócio financeiramente. Desportivamente somos muito fortes, jogamos num estádio bonito, mas financeiramente, para o Palmeiras, não é um bom negócio", afirmou Leila Pereira.
"A Real Arenas não paga ao Palmeiras há oito anos. Desde o fim de 2014, pagaram apenas sete meses do que o clube tem direito, de percentagens de receitas, como o aluguer para shows, direitos de naming, restaurantes, cadeiras, camarotes. Quando falam que o Allianz é um caso de muito sucesso, não é um caso de sucesso. Seria, se pagassem o que devem", denunciou a dirigente.
"É maravilhoso para eles. Recebem 100% da receita, não pagam nada ao Palmeiras, acredito que hoje o Palmeiras está a sustentar a Real Arenas. Por isso foi aberto o inquérito, os nossos advogados entenderam que pode estar a acontecer o crime de apropriação indevida. O Palmeiras está a ser extremamente prejudicado, é importante o adepto saber", avisou.
O Palmeiras entrou na Justiça Comum para cobrar cerca de 25 milhões de euros à WTorre e, a pedido do clube, a Polícia abriu um inquérito criminal para apurar possíveis crimes cometidos pela empresa.
"Há outros assuntos na Câmara de Arbitragem que correm com confidencialidade e causam-me estranheza, pois eles estão a abordar estes temas. A dívida de 25 milhões é pública, e tenho muito receio, sim, de que tenha algum tipo de retaliação que vá prejudicar o Palmeiras. Mas, existindo, vou tornar isto público", revelou a presidente.