Muitos têm pensado nisso nos últimos dias. Porque os efeitos dominó têm sempre uma força avassaladora, especialmente no calor abrasador do verão, onde os equilíbrios são mais frágeis e o chão range. A saída de Giacomo Raspadori do Nápoles abriu, de facto, uma sugestão: a possível tentativa de Giovanni Manna de se aproximar de Ademola Lookman. O nigeriano está a treinar sozinho em Portugal, depois de ter recebido uma proposta do Inter.
O herói da final da Liga Europa contra o Bayer Leverkusen parece querer apenas olhar para o futuro. O hat-trick que deu à Atalanta o seu único troféu internacional de sempre está agora a morrer. E ele só quer a glória. Aos 28 anos, algo compreensível, tendo em conta também a saída do treinador Gian Piero Gasperini, que fez dele um avançado de topo.
Lookman para duas funções
Contra o Nápoles, o nigeriano sempre mostrou o seu melhor lado, tanto como driblador quanto como goleador. Na temporada passada, no Maradona, deixou a sua marca com dois golos, como um autêntico matador, naquela que talvez tenha sido a melhor vitória da Atalanta. No jogo da segunda volta, os seus três golos não foram suficientes para travar o ímpeto dos campeões italianos, mas Lookman provou mais uma vez a sua eficácia. Giovanni Di Lorenzo e os seus companheiros de equipa temem-no e respeitam-no. E Antonio Conte pode usá-lo como uma arma dupla.
A saída de Raspadori, de facto, priva a Azzurra do único segundo avançado do plantel até há pouco tempo, e há muito poucos jogadores assim. Embora o emiliano não fosse titular, ainda representava uma alternativa tática de profundidade para o técnico da Azzurra, que poderia, portanto, optar por Lookman como solução. O nigeriano, aliás, gosta de jogar pela esquerda, mas não tem o papel de ponta no sangue. Em vez disso, é um híbrido extremamente eficaz, que pode ser usado tanto no 3-4-2-1 quanto no 4-3-3.
Os obstáculos
O que não é óbvio, porém, para além do interesse efetivo do clube napolitano, é a viabilidade da operação. Afinal, estamos a falar de um jogador de 28 anos, pelo qual é preciso pagar cerca de 50 milhões, uma quantia que o Nápoles pode gastar, mas não o faria de ânimo leve. E não só por causa das dúvidas quanto ao desempenho de Lookman longe da emoção do futebol ofensivo de Gasperini, que exalta quase todos os jogadores na marcação de golos.
O patrono da Azzurra, De Laurentiis, há muito que vetou a participação de jogadores na Taça das Nações Africanas. E o próximo compromisso continental está marcado para o período de 21 de dezembro a 18 de janeiro de 2026. O que significaria que Lookman, para além de deixar a sua equipa em meados de dezembro, se não antes, poderia estar ausente durante mais de um mês. Para não falar de possíveis lesões ou de stress acumulado. Bola de Ouro Africana, o nigeriano não vai desistir desta competição por nada deste mundo.
O último obstáculo é a possível intervenção de Victor Osimhen, companheiro de seleção de Lookman, que, depois de ter rompido mal com o Nápoles, poderá também afetar negativamente o seu compatriota. Uma circunstância que não deve ser subestimada, tendo em conta o braço de ferro que durou mais de um ano entre o terceiro melhor marcador do Scudetto e De Laurentiis.