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Opinião: Matías Soulé pede mais tempo de jogo a Ranieri

A festa de Soulé
A festa de SouléAS Roma
A estrela de Matias Soulé brilha. No Tardini, em Parma, foi o argentino com o número 18 que decidiu o confronto entre Parma e Roma, marcando um livre magistral, comparado por alguns ao lendário golo de Diego Maradona contra a Juventus em 1985, por outros a um dos golos emblemáticos de Francesco Totti durante a sua longa carreira na Giallorossi.

Mati permaneceu humilde após o jogo, como deveria, mas o seu pé esquerdo pertence aos grandes, às estrelas. É claro que para se tornar um verdadeiro campeão, alguém que faz a diferença de forma consistente, é preciso paciência e trabalho incansável, mas o talento bruto está lá, é inegável.

Até ao momento, Claudio Ranieri tem-no utilizado com parcimónia, quase a conta-gotas, fazendo com que as suas raras entradas pareçam surpresas, o que é uma pena, embora compreensível, dado que compete com Paulo Dybala, um jogador cujo lugar no onze inicial raramente é questionado. No entanto, momentos como este provam que Soulé merece mais tempo em campo.

O livre decisivo resultou de um passe inteligente de Eldor Shomurodov, uma das melhores jogadas do avançado uzbeque desde que vestiu a camisola da Roma. Soulé foi atrás da bola até sofrer uma falta na entrada da área. Inicialmente, o árbitro assinalou uma grande penalidade, considerando que o contacto ocorreu dentro da área, mas após uma revisão do VAR, o lance foi corretamente assinalado fora dela.

Seguiu-se um pontapé-livre e um cartão vermelho para o defesa. Depois veio o momento chave. Soulé e Paredes ficaram em cima da bola, com o número 16 e Gianluca Mancini hesitantes em deixar o jovem argentino rematar, apesar do seu sucesso anterior em lances de bola parada, incluindo um golo na época passada com o Frosinone.

Mas Mati insistiu e acabou por ter a oportunidade. Com o pé esquerdo, ele deu um chute incrível, uma trajetória tão perfeita que evocou imediatamente a lendária cobrança de Maradona, uma imagem que ficou gravada no coração de muitos argentinos e amantes do futebol. A bola encontrou a rede, a Roma assumiu a liderança e Soulé viveu a sua tarde de sonho.

Mesmo depois desse golo brilhante, Soulé continuou a contribuir com jogadas decisivas, ajudando a sua equipa a garantir os três pontos. Esteve mesmo perto de marcar o segundo golo, ganhando a bola na grande área e obrigando Suzuki, o guarda-redes do Parma, a fazer uma defesa fantástica.

Teria sido o final perfeito, mas o que realmente importa agora é que Ranieri o mantenha em campo. Este é o momento para Soulé ganhar continuidade, jogar, cometer erros, crescer. Os erros fazem parte do percurso, mas desperdiçar um talento como o dele seria um crime.

Soulé tem tudo para se tornar um campeão e cabe aos seus treinadores guiá-lo nesse caminho. A noite em Parma pode muito bem ser o início de algo especial.

Os números de Soulé
Os números de SouléFlashscore