Se há uma equipa da Serie A capaz de tudo, tanto de positivo como de negativo, é certamente o Sassuolo. E as primeiras seis jornadas do campeonato são um teste claro disso mesmo: três derrotas e três vitórias, duas delas contra a Juventus e o Inter nas últimas quatro jornadas.

Porque, independentemente do adversário, o grande problema do Sassuolo é muitas vezes o próprio Sassuolo. Alessio Dionisi não podia ter sido mais claro no final do triunfo em San Siro:"O que mais me preocupa é confirmarmo-nos a nós próprios, pois nunca conseguimos dar continuidade à nossa atitude".

E a história recente e distante dos Emiliani diz que não será nada fácil para o técnico neroverde encontrar a alquimia certa que permita que os líderes e jovens contratados tenham um desempenho consistente: "Encontrei jogadores que não aceitavam jogar pelo seu lugar e isso era um limite. Saía alguém bom e chegava alguém mais motivado. É preciso que os bons aceitem os erros dos que precisam de crescer e é preciso um empurrão de todos".

E é precisamente na motivação que o treinador do clube emiliano terá de trabalhar mais. Porque é fácil entrar em campo com o pé no acelerador quando a Juve ou o Inter estão à sua frente, mas o Sassuolo constrói a sua classificação também e sobretudo contra rivais menos famosos. A começar por Monza, no próximo domingo.

Berardi "em chamas"

Entre aqueles que deveriam ter saído no verão e que, em vez disso, permaneceram, está também Domenico Berardi, que no Meazza confirmou que é a alma desta equipa e, ao mesmo tempo, que pode ser um dos protagonistas absolutos também na azzurra.

E sim, porque são muito poucos os jogadores à disposição de Luciano Spalletti que têm qualidade para assinar um golo como aquele que o avançado da Calábria, de conhecida fé no Inter, marcou à sua equipa favorita (e já são 8 na sua carreira): "O golo é de loucos. Eles conhecem-no, Mkhitaryan estava a cobrir a esquerda e, de qualquer forma, Domenico marcou um golo incrível", salientou Dionisi após o jogo.

Sassuolo reencontrou-se?

Importa dizer que o Sassuolo se apresentou na véspera dos desafios contra Juve e Inter com apenas três pontos em quatro jogos. Outro mérito deste clube, no entanto, é o de saber pensar a longo prazo, evitando tomar decisões impulsivas. Parece óbvio, mas não é. Muito menos no futebol.

E, sobretudo, fazê-lo sem perder a sua própria identidade ou a fé nas suas próprias ideias: "Sabíamos que estávamos a jogar contra a equipa mais forte e que precisávamos de um jogo importante, incluindo episódios a nosso favor. E não é fácil jogar contra o Inter com quatro avançados. Mas conseguimos e o mérito é dos rapazes e do equilíbrio que mantivemos sempre, mesmo com os que entraram".