"Parece que temos exames todos os dias, somos testados quanto à nossa condição física e depois ele cai", disse Gosens, que foi um dos socorristas e salvou a vida de Bove.
"Se isso acontece a um jogador de 22 anos, em forma, pode acontecer a qualquer um", acrescentou.
Naquele momento, Gosens "questionou se valia a pena".
"Há alguns jogos em que eu também estava doente, constipado, com uma lesão qualquer, não me sentia bem. Depois, toma-se um Smartie e tenta-se atuar", explicou o jogador de 30 anos. Trata-se de uma "evolução perigosa", e não apenas no desporto.
Bove foi equipado com um desfibrilhador no hospital e enfrenta agora um futuro incerto na sua jovem carreira.
"O paradoxo da história é que ele se sente muito bem e já me disse algumas vezes: 'Gostaria muito de voltar a jogar'", confessou Gosens.
Mais recentemente, Bove esteve sempre com a equipa, mas não está autorizado a jogar com o desfibrilhador devido aos rigorosos regulamentos de saúde da Série A.
"Os médicos aqui, como na Alemanha, assumem a responsabilidade pelos jogadores, nenhum médico arriscaria isso", disse Gosens.
"É uma vergonha incrível para ele. É italiano, tem 22 anos e esteve perto da seleção nacional. E, no entanto, como é suficientemente reflexivo, também diz a si próprio: 'Estou vivo'. Tudo o resto é tão secundário - e ele tem de continuar a martelar isso na sua cabeça", explicou o internacional alemão.