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Santiago Giménez é alvo do AC Milan de Sérgio Conceição: os mexicanos que reinaram na Serie A

Santiago Giménez, avançado mexicano do Feyenoord
Santiago Giménez, avançado mexicano do FeyenoordMarcel van Dorst / NurPhoto / NurPhoto via AFP
Santiago Giménez há muito que deixou de ser um jogador promissor. Com uma carreira invejável e sem pestanejar, está agora a ser alvo de um convite do AC Milan, de Sérgio Conceição, o que faria dele o oitavo futebolista mexicano a jogar em Itália.

Aos 17 anos, Santiago Giménez sentiu que a sua carreira estava a chegar ao fim, sem sequer se ter estreado como profissional. Enquanto todo o país se perguntava se este adolescente seria capaz de se tornar a nova joia nacional, o filho de "El Chaco" ficou destroçado quando um médico lhe disse que tinha uma trombose na veia subclávia, depois de sentir um inchaço notório num dos braços.

A partir desse momento, sempre com a família ao seu lado, Giménez dedicou tudo à sua recuperação de seis meses e depois à realização do seu sonho de se tornar profissional. Depois de o ter conseguido, "Chaquito" foi campeão com o seu amado Cruz Azul, matou fantasmas monstruosos do passado e rumou à Europa. Uma carreira idílica para qualquer futebolista mexicano que aspire à grandeza.

Nos Países Baixos, o lugar perfeito para terminar o seu desenvolvimento, Santi encontrou uma equipa que rapidamente começou a jogar por ele e pelas suas capacidades. E em quase três anos, com 103 jogos disputados, o mexicano marcou 64 golos. Uma média espetacular que chamou a atenção da elite europeia. É o AC Milan, o principal líder do velho continente, que está a apostar forte no avançado e que nos próximos dias vai aumentar a sua oferta inicial de 30 milhões de euros.

Embora o futebolista mexicano não seja considerado um produto de exportação constante para o velho continente, quando o faz, a Itália não é o destino preponderante. Se a transferência for concretizada - Santi tem sido procurado, mas o clube não quer vendê-lo por enquanto -, Giménez irá tornar-se o oitavo jogador mexicano a chegar à Série A, outrora a melhor liga do mundo, embora com o prestígio intacto.

Os jogadores mexicanos que chegaram à Série A:

Miguel Layún (Atalanta)

O jogador da formação do Veracruz teve uma carreira exemplar. Não só pelos títulos conquistados e pela passagem pelas melhores ligas do mundo, mas também pelas adversidades que sempre soube superar. A sua contratação pela equipa de Bérgamo em 2009, com apenas 21 anos, foi uma surpresa para o futebol nacional, uma vez que se tornou o primeiro mexicano a jogar na Serie A. Embora tenha jogado muito pouco, pode orgulhar-se de ter jogado na Serie A. Apesar de ter jogado muito pouco, pode gabar-se de ter sido treinado por Antonio Conte. Regressou à Europa depois de uma passagem bem sucedida pela América.

Rafael Márquez (Hellas Verona)

Para muitos, o melhor jogador mexicano da história, juntamente com Hugo Sánchez, chegou ao Hellas Verona quando se acreditava que a sua passagem pela Europa era coisa do passado. Em ano e meio, Rafa conseguiu mostrar em 39 jogos pelo clube que, apesar dos seus 35 anos, a sua qualidade continuava intacta. Deixou o clube italiano para jogar no Atlas, o clube de Jalisco onde nasceu.

Carlos Salcedo (Fiorentina)

O jogador nascido em Guadalajara teve de enfrentar uma batalha difícil para realizar o sonho de se tornar um jogador de futebol profissional. Depois de não conseguir estrear-se no Tigres, foi para os Estados Unidos com o Real Salt Lake, onde a sua força e dedicação como central atraíram a atenção do Chivas, onde se tornaria multicampeão antes de partir para a Fiorentina. Passou um ano em Florença antes de ser transferido para o Eintracht Frankfurt, na Alemanha.

Héctor Moreno (AS Roma)

O campeão do mundo de juniores com o México não pôde jogar muitos jogos pelo Pumas, a equipa que o formou. A sua qualidade chamou-o imediatamente para o futebol europeu. Depois de passagens bem-sucedidas pela Holanda e Espanha, o jogador natural de Sinaloa chegou à lendária Roma, o clube mais importante da sua carreira. Infelizmente para Moreno, a aventura italiana não foi como esperava e passou apenas meio ano no clube.

Hirving Lozano (Nápoles)

De todos os jogadores mexicanos que atuaram na Itália, Hirving Lozano foi o que teve o melhor desempenho. O jogador nascido no país chegou ao Nápoles oriundo do PSV por 51 milhões de dólares, o que faz dele a contratação mais cara de um jogador mexicano. Em quatro anos na equipa de Maradona, "Chucky" marcou 30 golos e conquistou uma Taça de Itália e o cobiçado Scudetto na apaixonante cidade do sul.

Johan Vasquez (Genova e Cremonese)

O jogador nascido em Sonora subiu do esquecido Ascenso MX, onde se tornou a contratação mais cara da categoria quando o Rayados o comprou por US$ 2 milhões do Cimarrones de Sonora. Depois de se estrear na equipa principal do Rayados, Vasquez estabeleceu-se no Pumas e, após ganhar uma medalha de bronze com a equipa olímpica nos Jogos de Tóquio-2020, o mexicano foi contratado pelo Génova. Depois de um período de empréstimo à Cremonese, Vasquez regressou ao clube de origem, onde está a afirmar-se cada vez mais.

Guillermo Ochoa (Salernitana)

O melhor guarda-redes da história do México, Guillermo Ochoa, agora no AVS, da Liga Portugal, nunca conseguiu jogar em uma grande equipa da Europa. O guarda-redes canterano da América sempre afirmou que o facto de não ter passaporte extracomunitário o impedia de fazer parte de um grande clube. O Salernitana foi o clube que o levou para Itália, onde acabaria por ser despromovido à Série B em 2024.