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O Torino igualou os 'Scudetti' da Juventus em 1949. A melhor geração futebolística que Itália já presenciou perdeu a vida quando o avião em que viajava se despenhou contra o muro de contenção traseiro da Basílica de Superga. A organização da Serie A atribuiu o troféu à equipa malograda, da qual não houve sobreviventes. Desde então, os granata nunca mais conseguiram rivalizar com os alvinegros como faziam naquela época.
Atualmente, já são 22 os 'Derbys della Mole' consecutivos em que o 'Toro' não conhece o sabor da vitória, 20 na Liga e dois na Taça de Itália. O histórico entre ambos revela apenas 41 triunfos do Estádio Olímpico contra 89 dos adversários, mais do dobro, além de 52 empates. Aquela tragédia definiu uma ordem que, outrora, estava em disputa. Agora, reforça o sentimento de pertença daqueles que, testemunhas de décadas de cedência, serão pais de testemunhas de séculos de cedência, se necessário.
Apenas seis empates
A sequência atual é de 16 derrotas e seis empates. A última rendição dos 'bianconeri' remonta a 26 de abril de 2015, há mais de dez anos, quando Andrea Pirlo inaugurou o marcador num jogo em que os golos de Matteo Darmian e Fabio Quagliarella inverteram o resultado. Ninguém celebrou os três pontos a pensar na luta pelos lugares de acesso às competições europeias. Tratou-se de uma afirmação.
Para melhor contextualizar esse feito, o leitor deve saber que o treinador da Juventus era Massimiliano Allegri e que, entre os seus jogadores, estavam Arturo Vidal, Gianluigi Buffon, Leonardo Bonucci e Álvaro Morata. Este grupo caminhava para o seu quarto 'Scudetti' consecutivo e só parou em 2020, quando conquistou o nono. Curiosamente, o projeto tem vindo a perder força recentemente, mas o Torino não conseguiu repetir aquela noite.
Esta época, os granata já protagonizaram feitos como um 1-0 frente ao Nápoles na 7.ª jornada, um 0-1 diante da Roma ou um 3-3 em casa da Lazio. O Torino navega pela zona intermédia da tabela, com margem confortável para se afastar da descida. Os alvinegros, aquém das expectativas da direção, não estão na luta pelo troféu nem consolidados em posições de Liga dos Campeões.
O contexto é perfeito para 'regressar' a 2015 e o Olímpico vai encher-se em conformidade. É um dos estádios com maior média de assistência -12.º nesta temporada - da Serie A, apesar de partilhar a cidade com um vizinho -7.º- cujos adeptos mais jovens talvez nem conheçam a origem do que está estabelecido.
Paradoxalmente, são os veteranos que desafiam o sistema. O seu lema é o mesmo a cada 4 de maio. "I campioni d'Italia...".