Milan 2-1 Fiorentina
Com a oportunidade de assumir a liderança do campeonato bem ao seu alcance, depois da vitória por 0-1 do rival citadino sobre a Roma na noite anterior, o Milan quase teve um início de sonho. O defesa-central Fikayo Tomori teve uma oportunidade de ouro logo aos quatro minutos, mas atirou a bola por cima da baliza dentro da grande área, quando pelo menos devia ter obrigado o guarda-redes a intervir.

Os rossoneri desperdiçaram depois uma ocasião flagrante pouco antes da meia hora, quando o internacional sérvio Strahinja Pavlović falhou incrivelmente o alvo, concluindo uma primeira parte bastante desapontante.
No entanto, a dinâmica do jogo mudou radicalmente dez minutos após o intervalo, quando Robin Gosens empurrou a bola para o fundo da baliza, dando vantagem aos visitantes e assinando o seu primeiro golo da época na Serie A.
O golo da Fiorentina pareceu acordar os anfitriões, que responderam rapidamente e acabaram por empatar aos 63 minutos com o seu primeiro remate enquadrado: um excelente disparo de Rafael Leão de fora da área, a cerca de 25 metros, que encontrou o canto inferior da baliza, fazendo explodir o público em San Siro.
O Milan esteve perto de passar para a frente aos 76 minutos, quando um remate à queima-roupa de Santiago Giménez foi defendido em grande estilo por David de Gea.
Quando o empate parecia inevitável, os anfitriões foram beneficiados com uma grande penalidade através do VAR a cinco minutos do fim do tempo regulamentar. Leão assumiu a responsabilidade e, com toda a calma, enganou De Gea, colocando o Milan a vencer por 2-1.
Sem forças para reagir depois do esforço inicial, a Fiorentina acabou por sucumbir, permitindo que o Milan assumisse a liderança do campeonato com um ponto de vantagem. Um desfecho perfeito para aquele que se revelaria um jogo para esquecer para Stefano Pioli, que cumpriu o seu 500.º encontro como treinador na Serie A, mas pode estar perto de deixar o comando técnico dos Viola, uma vez que a equipa ainda nem venceu para o campeonato.

Atalanta 0-0 Lazio
Empate sem golos no New Balance Arena, mas o marcador não conta tudo. Após uma primeira parte tática e sem emoção, a Atalanta aumentou o ritmo na segunda parte e assediou a Lazio, que foi salva por um extraordinário Provedel e dois postes providenciais.

Na primeira parte, as emoções foram escassas, quase como se as duas equipas se tivessem estudado durante muito tempo sem nunca se decidirem a atacar. Foi um jogo tático, que viveu mais da antecipação do que da aceleração.
A Lazio começou com um pé ligeiramente mais convicto: Nuno Tavares e Dia procuraram imediatamente o entendimento, mas o senegalês falhou o primeiro controlo e a ocasião desvaneceu-se. A Atalanta respondeu ao quarto minuto com um erro na saída, mas não lhe saiu caro, graças à recuperação providencial de Hien sobre Cancellieri.
E foi Cancellieri o primeiro verdadeiro protagonista da partida, mas no sentido negativo: ao minuto 18, acenou com a bandeira branca devido a um problema nos flexores. Entrou Isaksen, mas a entrada do dinamarquês não alterou a inércia de um jogo que se manteve bloqueado, dominado mais pela prudência do que pela criatividade.
Ao minuto 22, após a substituição forçada dos visitantes, a Atalanta tentou tomar o centro do ringue. Teve mais posse, manobrou com ordem mas nunca acelerou o motor. A Lazio parecia esperar, mas tinha dificuldade em encontrar uma saída: o primeiro remate nerazzurro à baliza só surgiu ao minuto 43, e foi um disparo de pé direito de Zappacosta que culminou uma boa combinação. Provedel esteve atento e bloqueou sem dificuldade.
A segunda parte do Atalanta-Lazio mudou de cara, mas não de resultado. Foi pena, no entanto, que o marcador tenha ficado fixado no 0-0. Mérito sobretudo para Ivan Provedel, protagonista de pelo menos duas intervenções decisivas, e demérito para uma Atalanta que teve ocasiões para marcar mas a quem faltou precisão e frieza.

Sarri tentou agitar os seus homens, mas não houve resposta. Isaksen tentou dar profundidade, mas foi travado por um Ederson perfeito no corte. Entretanto, a Atalanta insistia, crescia, martelava: ao minuto 71, Lookman inventou um remate de pé direito à entrada da área, forte, preciso e até desviado, mas Provedel salvou tudo com uma defesa extraordinária.
E ainda não tinha acabado. Poucos minutos depois, de um canto venenoso, surgiu uma carambola louca: Provedel voltou a meter as mãos, com a ajuda do poste. E o poste repetiu-se ao minuto 80, quando Zappacosta a rematar à entrada da área e a acertar no poste à direita do guarda-redes, imóvel e batido. Mais uma ocasião frustrada pelo destino.
O assédio não deu frutos. A Atalanta dominou, criou, desperdiçou e, no final, teve de se contentar com um empate que soube a ironia.