AC Milan 0-1 Atalanta
O desafio entre a Atalanta e o Milan começou sob o signo do equilíbrio, com uma primeira parte mais racional do que espetacular, dominada pela tática e pela procura de espaços. As duas equipas anularam-se mutuamente, cada uma com o seu próprio método: La Dea assumiu a posse de bola desde o início, movendo a bola rapidamente de um lado para o outro do campo, à procura de uma abertura útil. O Milan, por outro lado, optou por uma atitude mais expectante, construindo as suas linhas ofensivas a partir das transições.

O esquema dos rossoneri era claro: defesa baixa, linhas compactas e transições rápidas, confiadas à velocidade e criatividade de Rafael Leão, cujo movimento para o centro lançado por Jovic era a principal tentativa de quebrar o equilíbrio. Fofana procurou o português com continuidade, que não conseguiu surpreender o seu marcador.
Poucas oportunidades reais de golo: o único remate ao espelho surgiu à passagem da meia-hora, dos pés de Leão, que partiu, como sempre, da sua faixa esquerda. Bellanova, atento e arrumado, conseguiu aguentar o impacto, travando a dupla formada pelo português e por Theo Hernandez. No final, depois de um longo monólogo na posse de bola, o Milan apareceu com mais convicção, estando perto de marcar com Jovic: servido na área com uma bola rasteira, o sérvio rodou como um puro avançado centro, mas rematou para fora, perdendo a oportunidade mais clara da primeira parte.

No segundo tempo, Gasperini fez uma tripla alteração na linha defensiva. Os rossoneri aumentaram sensivelmente o ritmo, pressionando com mais convicção no exterior e criando uma série de cruzamentos, que não conseguiram finalizar devido à falta de assertividade na área. No momento em que estavam melhor, chegou o balde de água fria.
Aos 63 minutos, a Atalanta atacou em contra-ataque com cinismo, aproveitando um sono defensivo. No cruzamento de Lookman, Bellanova apareceu ao segundo poste para cabecear e servir Ederson, que conseguiu aparecer atrás da defesa e, completamente esquecido por Fofana, bater Maignan, assinando o 0-1 no momento mais favorável para os rossoneri.
Depois, com o tempo a esgotar-se, Conceição tentou baralhar as cartas, inserindo Abraham, João Félix, Sottil, Chukwueze e Giménez para dar novo fôlego ao ataque e relançar o resultado. As mudanças trouxeram frescura e intensidade, mas não foram suficientes para quebrar a retaguarda da Atalanta. O segundo triunfo consecutivo de Gasperini chegou assim, enquanto o Milan permaneceu preso no nono lugar, cada vez mais longe do comboio europeu.
Bolonha 1-0 Inter
A disputar um jogo da Serie A no domingo de Páscoa pela primeira vez desde 1978, o Bolonha procurava manter-se na corrida por um lugar no top-4, que garante acesso à próxima edição da Liga dos Campeões, mas sabia que teria pela frente uma tarefa complicada contra o líder do campeonato. E foi precisamente o Inter, na luta pelo título, a criar a primeira ocasião de perigo logo aos quatro minutos: um canto encontrou Carlos Augusto, que cabeceou ligeiramente ao lado do poste direito.

Na verdade, a primeira parte foi pobre em termos ofensivos, com ambas as equipas a somarem apenas dois remates enquadrados no total. O Inter ainda pediu grande penalidade pouco depois da meia hora, quando Nicolò Barella caiu na área, mas o árbitro mandou seguir, e assim se chegou ao intervalo com um empate sem golos e um jogo morno.
O facto de o Inter não ter sofrido golos na primeira parte não foi surpresa — antes deste encontro, tinha sofrido apenas um golo nos primeiros 45 minutos nos últimos 13 jogos fora na Serie A. No entanto, o ataque manteve-se apagado após o intervalo, e nem a expulsão do treinador da casa, Vincenzo Italiano, perto da hora de jogo, serviu de estímulo para os visitantes.
Por seu lado, o Bolonha continuou a lutar frente a um dos adversários mais difíceis da sua história — só a Juventus venceu o Bolonha mais vezes do que o Inter, até hoje, na Serie A.
Mas parecia mesmo que esta tarde seria frustrante para a equipa de Simone Inzaghi, que teve enormes dificuldades em furar a defesa da casa. E isso acabou por ser fatal praticamente no último lance do encontro: Orsolini apareceu solto na área após um passe em profundidade e, com um pontapé acrobático perfeito, assinou um golo de bandeira que selou o resultado.
Com este golo heróico de Orsolini, o Bolonha continua colado à Juventus e à Atalanta na luta pelos lugares europeus — sendo que a Atalanta defronta o AC Milan esta noite. Já o Inter fica agora empatado no topo da tabela com o Nápoles, quando faltam apenas cinco jornadas para o fim da época.
