AC Milan 1-2 Cremonese
San Siro viveu uma noite de grandes emoções: o regresso de Massimiliano Allegri ao banco do Milan atraiu o público das grandes ocasiões, sem Rafael Leão, fora dos convocados devido a lesão. Nos primeiros minutos, o diavolo parecia vivo e incisivo: Gimenez rematou forte, Baschirotto desviou e a bola raspou a trave. Era apenas o aperitivo do que estava para vir.

Aos 28 minutos, o golpe de teatro: passe de Zerbin, Baschirotto antecipou-se a Pavlović e com um cabeceamento cirúrgico surpreendeu Maignan. A Cremonese assumiu a liderança, confirmando um facto curioso: o Milan tinha sofrido golos em sete dos últimos oito jogos em casa contra equipas recém-promovidas à Serie A, sendo que tinha sofrido apenas um golo nos oito anteriores.
A reação dos rossoneri foi mais nervosa do que brilhante. Modrić tentou ditar o ritmo, Saelemaekers correu e varreu a ala, mas a geometria da manobra permaneceu confusa. San Siro prendia a respiração a cada corrida do relógio, enquanto a Cremonese defendia com coragem e ordem. Aos 45+1', Saelemaekers correu pela esquerda, cruzando para Estupiñán, que chegou à linha de fundo e fez um cruzamento perfeito para Pavlović. O defesa não tremeu, cabeceou e assinou o golo do empate, o primeiro da sua carreira em San Siro. O estádio explodiu em cima do intervalo.
A confiança acumulada explodiu no segundo tempo: o Milan aumentou o ritmo, dominou a metade ofensiva do campo e encurralou Audero com três oportunidades à queima-roupa. Primeiro foi Modrić quem brilhou, recuperando a bola no contrapé, liderando a transição e encontrando um remate por baixo da trave que obrigou Audero a defender.
O San Siro explodiu com o croata enquanto os rossoneri insistiam: Audero tornou-se o protagonista absoluto, salvando por ordem em Modrić, Pulisic e Fofana com intervenções prodigiosas. E quando tudo parecia estar controlado para o Milan, chegou a outra surpresa: Bonazzoli marcou um golo impressionante num meio pontapé de bicicleta, colocando a Cremonese em vantagem no San Siro.
O golo desestabilizou os rossoneri, que tentaram reagir, mas não conseguiram furar a defesa, cuidadosa e organizada em todas as tentativas. O regresso de Allegri ao banco do Milan terminou assim com uma derrota amarga: uma equipa recém-promovida saiu de Milão com três preciosos pontos, ganhando confiança, moral e uma vitória de enorme peso.
Sassuolo 0-2 AC Milan

O Sassuolo, que procurava melhorar um registo irregular, com apenas uma vitória nas últimas cinco jornadas de abertura da Serie A desde 2019/20, enfrentou um teste complicado frente aos atuais campeões, que assumiram o controlo do jogo desde o apito inicial.
O estreante Kevin De Bruyne quase brilhou logo nos primeiros minutos, ao servir Amir Rrahmani, que rematou ao lado. Pouco depois, o Nápoles adiantou-se no marcador com um cabeceamento certeiro de Scott McTominay, após um cruzamento perfeito de Matteo Politano.
Os Neroverdi raramente criaram perigo antes do intervalo e a desvantagem poderia ter sido maior, não fosse o remate de McTominay ao ferro, na sequência de um erro defensivo.
Após o descanso, o enredo manteve-se: o Nápoles dominava, empurrava o adversário para trás e esteve perto de ampliar a vantagem quando Politano atirou à trave, num desvio traiçoeiro. O segundo golo chegaria pouco depois, com um toque de sorte, quando um livre de De Bruyne passou por toda a gente e entrou junto ao poste mais distante, sem hipótese para o guarda-redes.
Este foi apenas o terceiro jogo nas últimas nove deslocações para o campeonato em que o Nápoles marcou mais de um golo e, com mais de meia hora por jogar, parecia provável que o marcador fosse dilatado.
O Sassuolo ainda ameaçou reagir, quando Tarik Muharemović obrigou Alex Meret a uma boa defesa com um remate de longe, mas o lance não foi suficiente para inspirar uma reviravolta. As esperanças locais desmoronaram-se aos 79 minutos, quando Ismaël Koné foi expulso após ver o segundo cartão amarelo por uma entrada dura sobre Lorenzo Lucca, permitindo ao Nápoles controlar o jogo até ao final.

A equipa de Fabio Grosso voltou a mostrar fragilidades defensivas, depois de ter terminado a época passada sem conseguir manter a baliza inviolada nos últimos quatro jogos. Já para Antonio Conte, o cenário é bem diferente. A sua equipa registou 19 jogos sem sofrer golos na última temporada, o melhor registo entre as cinco principais ligas europeias, e começa esta nova campanha com mais uma exibição sólida e três pontos garantidos.