Com vários clubes a mudar de técnico, a temporada está a tornar-se uma época focada em equipas que estabelecem as bases para o sucesso. Para as equipas que estão abaixo dos candidatos ao título na temporada passada, a principal ambição é garantir um lugar na Europa.
Atalanta sem Gasperini
O clube de Bérgamo, que ficou em terceiro lugar na última temporada, não poderá contar com Gian Piero Gasperini no comando técnico pela primeira vez desde 2016. O técnico de 67 anos queria uma mudança e assumiu o cargo na AS Roma, com o ex-técnico da Roma, Ivan Juric, a substituí-lo.
A Atalanta enfrenta dificuldades no ataque, com o melhor marcador da Serie A da época passada, Mateo Retegui, a decidir sair para o Al-Qadsiah e o avançado Ademola Lookman a parecer estar de saída.
Gasperini construiu a identidade da Atalanta com base numa pressão implacável, padrões de ataque fluidos e uma linha defensiva alta. Juric prefere uma abordagem mais pragmática e corajosa.
O croata é conhecido por favorecer a fisicalidade, a marcação homem a homem e a organização defensiva, dando muitas vezes prioridade ao controlo e à disciplina em detrimento do jogo livre.
É uma mudança radical para uma equipa que se tornou uma das mais divertidas da Europa sob o comando de Gasperini. O desafio agora é saber se Juric conseguirá adaptar os seus métodos ao plantel da Atalanta ou se terá de reformulá-lo completamente para se adequar à sua visão.
Milan reconstruído
Para a metade vermelha e preta de Milão, esta temporada carrega o peso da redenção. Uma campanha que prometia glória rendeu uma vitória na Supertaça, mas foi prejudicada pelo desgosto na final da Taça de Itália e por um oitavo lugar que deixou o clube fora das competições europeias.
Massimiliano Allegri voltou em maio para uma segunda passagem e já começou a reconstruir a equipa.
Vários jogadores importantes saíram, incluindo Tijjani Reijnders, Malick Thiaw e Theo Hernandez, mas Allegri manteve o guarda-redes Mike Maignan e trouxe o veterano Luka Modric, que será vital para o treinador estabelecer uma nova base.
As contratações dos médios Ardon Jashari e Samuele Ricci e do defesa Koni De Winter, todos com 23 anos, demonstram a determinação em acrescentar mais força defensiva, numa altura em que o clube tem como objetivo o regresso às competições europeias, mas a falta de um avançado importante pode prejudicá-los.
"Penso que estamos a trabalhar e temos de melhorar como equipa, porque as estatísticas mostram que sofremos muitos golos em determinadas áreas. O nosso objetivo é terminar a época entre os quatro primeiros", disse Allegri.
Desafios da Juve
Igor Tudor tem muitos desafios pela frente ao levar a Juventus de volta à Liga dos Campeões depois da derrota frente ao PSV Eindhoven nos play-offs na temporada passada.
As chegadas de João Mário e Jonathan David acrescentaram profundidade, mas a distância para o campeão Nápoles ainda é grande.
Os problemas da temporada passada permanecem, especialmente a falta de qualidade ofensiva para transformar empates em vitórias, e a Juve precisará de uma melhoria significativa para montar uma séria disputa pelo título.
A Roma, por sua vez, tem motivos para ser otimista.
Depois de um mau início na temporada passada, a equipa de Claudio Ranieri chegou ao quinto lugar antes de o técnico se retirar.
Com Gasperini no comando e um plano de longo prazo construído em torno de jovens jogadores, como Evan Ferguson, de 20 anos, o clube pode finalmente ter a base para dar o próximo passo.
A Fiorentina conseguiu uma vaga tardia para a fase de play-offs da Liga Conferência esta temporada e será comandada pelo ex-técnico do Milan, Stefano Pioli.
Nos últimos anos, a palavra "quase" definiu o clube, com duas derrotas na final da Liga Conferência e uma derrota na final da Taça de Itália. Agora cabe a Pioli, que levou o Milan ao Scudetto em 2022, impulsionar a equipa de Florença na sua busca pelo título.