Em junho, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) autorizou a Serie A a realizar o jogo em Perth, em fevereiro próximo, enquanto o estádio de San Siro, do Milan, está a ser utilizado para os Jogos Olímpicos de Inverno, embora a UEFA e a FIFA ainda tenham de dar a sua aprovação.
Com os clubes espanhóis Villarreal e Barcelona a proporem igualmente a realização de um jogo da época regular da LaLiga na cidade americana de Miami, em dezembro, o Comissário Europeu do Desporto, Glenn Micallef, afirmou que estas iniciativas sem precedentes constituem uma "traição aos adeptos".
“Estou profundamente desiludido com as propostas de realização de jogos das ligas nacionais fora da Europa”, escreveu o responsável maltês numa publicação na rede social X, na quarta-feira.
“Para mim, é claro: as competições europeias devem ser disputadas na Europa. O futebol europeu tem de ficar na Europa".
“Acredito que os clubes devem a maior parte do seu sucesso aos seus adeptos leais e às comunidades locais... levar as competições para o estrangeiro não é inovação, é traição".
Em comunicado, a Serie A afirmou estar "surpreendida" com as observações de Micallef, acrescentando que este subestimou "a complexidade e o valor estratégico das iniciativas destinadas a promover o futebol italiano à escala global".
“Falar de traição por um único jogo, de um total de 380 jogos da Serie A, parece uma posição excessiva, que corre o risco de alimentar um debate populista”, continua o comunicado.
“Levar um jogo ao estrangeiro não significa exportar o campeonato, mas sim apresentar a novos públicos a excelência do futebol italiano".
“Em troca de um pequeno sacrifício exigido aos adeptos do Milan e do Como, (estes) beneficiarão em termos de maior visibilidade e popularidade a nível mundial".