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Toldo e o susto com Bove: "É preciso ensinar mais primeiros socorros aos jogadores"

Francesco Toldo, antigo guarda-redes italiano
Francesco Toldo, antigo guarda-redes italianoClaudio Villa /Getty Images / AFP
O antigo guarda-redes da Fiorentina, do Inter e da seleção italiana, Francesco Toldo, lançou o alerta para estas situações: "Acabaram-se as simulações: lobo, lobo... e depois já não acreditam em ti". A experiência de Toldo no treino com Rivas foi uma das mais chocantes da sua carreira como atleta profissional.

"Esta noite pensei muito nas imagens que todos vimos ontem à noite. Passamos por momentos de impotência, porque a parte médica e de saúde não faz parte de nós. Por isso, começamos a gritar ao médico ou à ambulância para que se despachem, porque não sabemos o que fazer", afirmou Toldo.

Depois da queda, inanimad, de Edoardo Bove no jogo Fiorentina-Inter, Francesco Toldo (ex-jogador de ambas as equipas) contou à "Radio anch'io Sport" (Rai Radio 1) a sua experiência, num treino.

"Um colega meu do Inter, Nelson Rivas, bateu com a cabeça na bola, caiu e desmaiou. Começámos a gritar com o professor Franco Bombi: ele interveio imediatamente com a manobra de deslocação da língua, como aconteceu ontem com o Bove. Mas nós não estamos preparados. Quem é que pede ao seu filho para estar preparado até nos primeiros socorros? Ninguém, porque nenhuma criança pensa em ficar doente", explicou.

"Eu reforçaria o curso de primeiros socorros, dedicado pelo menos a um ou dois jogadores, os mais talentosos da equipa, para que colaborem com o médico e saibam o que fazer na primeira situação súbita que acontecer", defendeu o antigo guarda-redes da seleção italiana, 

"Gosto de sublinhar, no entanto, a união entre os rapazes da Fiorentina e do Inter, houve um círculo natural, para dar proteção, e todos se uniram. Uma imagem extremamente positiva, no drama do momento. A cidade de Florença reagiu fortemente, porque ama os seus jogadores", acrescentou Toldo, que deixou ainda um apelo.

"Registo com particular pesar muitas simulações que vão contra a verdadeira falta e o que aconteceu ontem. É como dizer lobo lobo e no final já não acreditarem em nós. Devemos aprender com as tragédias, dar um passo atrás, ser um pouco mais sérios", afirmou.