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Brasil: Atletas afastados por manipulação voltam ao futebol após decisão do STJD

Ygor Catatau foi um dos jogadores liberados após decisão do STJD
Ygor Catatau foi um dos jogadores liberados após decisão do STJDRONALD FELIPE / AGIF / AGIF via AFP
Mais de dois anos após serem banidos por envolvimento em esquemas de manipulação de resultados, os jogadores Ygor Catatau (ex-Vasco e Sepahan, do Irão), Gabriel Tota (ex-Juventude e Ypiranga) e Romário (ex-Vila Nova) receberam autorização oficial para regressar aos relvados.

O trio foi inicialmente banido do desporto após ser alvo da Operação Penalidade Máxima, levada a cabo pelo Ministério Público de Goiás. As investigações revelaram participação direta dos atletas em esquemas de apostas, o que resultou em serem banidos do futebol e aplicação de multas. Romário, inclusive, foi o ponto de partida da operação.

Com a reabilitação, os jogadores estão oficialmente aptos a retomar as atividades profissionais. A decisão foi tomada após análise dos pedidos de reabilitação apresentados, que comprovaram o cumprimento de todos os critérios legais exigidos: pagamento das penalidades financeiras, demonstração de vínculo profissional e apresentação de documentos que atestam a idoneidade moral dos envolvidos.

Durante o julgamento, realizado na sede do STJD, no Rio de Janeiro, os três atletas estiveram presentes. O subprocurador-geral Eduardo Ximenes, ao analisar os casos, manifestou-se favoravelmente à reintegração dos jogadores.

"Não há outro entender a não ser pelo pleno cumprimento dos requisitos e ressalvando a importância da reabilitação dos atletas", afirmou durante a sessão.

Entenda o caso: Operação Penalidade Máxima

A Operação Penalidade Máxima teve início com denúncias de manipulação de resultados em jogos da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. Na primeira fase da investigação, oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados e tornaram-se réus por envolvimento em fraudes relacionadas com apostas desportivas.

O caso ganhou repercussão após Romário, então médio do Vila Nova, aceitar uma proposta de 150 mil reais (23,5 mil euros) para cometer um penálti durante a partida contra o Sport. Chegou a receber um adiantamento de 10 mil (1500 euros), com promessa de receber o restante após a concretização do ato. No entanto, como acabou por não sendo convocado para o jogo, tentou convencer outros companheiros de equipa a executar o plano — sem sucesso.

A tentativa fracassada veio à tona e o então presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo — que também é polícia militar — iniciou um inquérito interno. Reunindo provas, entregou-as ao Ministério Público de Goiás, dando origem à operação que posteriormente se expandiu e alcançou dezenas de envolvidos.

Em maio de 2023, a segunda fase da investigação tornou 16 pessoas rés, entre elas sete atletas profissionais.