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Itália: Juve Stabia colocada sob controlo judicial por infiltração da máfia

Adeptos do Juve Stabia
Adeptos do Juve StabiaFranco Romano/NurPhoto / Shutterstock Editorial / Profimedia

O clube italiano da segunda divisão, SS Juve Stabia, foi colocado sob administração judicial devido a alegada infiltração da máfia, anunciaram esta terça-feira procuradores e polícia italianos.

O Juve Stabia está sediado em Castellammare di Stabia, perto da cidade de Nápoles, onde a Camorra tem as suas origens. A equipa ocupa atualmente o sétimo lugar na Serie B.

Investigações aprofundadas "revelaram um sistema de influência de tipo mafioso sobre as atividades económicas do clube de futebol" por parte de um clã local da Camorra, afirmaram em comunicado conjunto os procuradores de Nápoles, a polícia e o procurador nacional antimáfia.

Segundo o comunicado, os atuais proprietários da Juve Stabia "herdaram relações económicas de longa data que, desde o início, estavam sob influência da máfia" e "não implementaram mecanismos adequados de controlo e prevenção em resposta".

A Brera Holdings, uma holding sediada na Irlanda, cotada na Nasdaq e focada na expansão do seu portefólio de equipas de futebol, através de uma estratégia multi-clube (MCO), adquiriu 52% do clube em junho.

Juve Stabia e Brera não responderam de imediato aos pedidos de comentário.

Pessoas ligadas ao clã D'Alessandro da Camorra controlavam atividades do clube como bilhética, restauração, limpeza, serviços de saúde e, até ao ano passado, até os serviços de viagem da equipa principal, segundo os procuradores e a polícia.

"Os jogadores só tinham de jogar, a Camorra tratava do resto", afirmou o procurador de Nápoles, Nicola Gratteri, em conferência de imprensa. "Era um pacote completo, abrangente", acrescentou.

A administração judicial permite que o clube continue a sua atividade desportiva, mas coloca-o sob supervisão de administradores nomeados pelo tribunal.

Esta medida "visa restabelecer a legalidade e transparência na gestão, interrompendo o circuito de facilitação mafiosa que se tinha enraizado, devolvendo ao clube condições de autonomia, integridade e conformidade operacional", referiram os procuradores e a polícia.

No mês passado, procuradores da região da Calábria tomaram a mesma decisão em relação ao Crotone, numa série de investigações sobre alegada infiltração de atividades de clubes de futebol e grupos organizados de adeptos por parte do crime organizado.