Arda Güler, que foi confirmado esta quarta-feira como novo jogador do Real Madrid, a troco de 20 milhões de euros, mais objetivos, nasceu em Ancara, capital da Turquia, em 25 de fevereiro de 2005. Conhecido na terra natal como o "Messi turco", cresceu nas camadas jovens do Genclerbirligi Ankara e, em 2019, mudou-se para o clube atual, o Fenerbahçe.
A precocidade entusiasma toda uma nação, que não tem oportunidade de apreciar grandes talentos com frequência. Desde que chegou ao Fene, o jovem tem evoluído a passos largos e, aos 18 anos, já tem duas épocas na primeira divisão.

Outro dos grandes feitos que consegui foi saltar diretamente da seleção sub-17 para a seleção principal da Turquia. Esta projeção faz com que os turcos sonhem com um regresso a uma fase final de um Campeonato do Mundo, algo que não acontece desde que ficaram em terceiro lugar em 2002, comandados dentro de campo pelo lendário Hakan Sukur.
O que o Real Madrid comprou
Voltando ao assunto, a grande maioria dos adeptos do Real Madrid está ciente de que foi contratado um bom jogador, mas há muitas dúvidas sobre como ele se encaixará no plantel. O Flashscore esclarece essas dúvidas, pois vale a pena conhecer melhor a joia otomana.
Desde 2021, Arda Güler atua na equipa principal do Fenerbahçe, uma das equipas mais fortes da Superliga turca. Normalmente, atua pelo flanco direito, mas tem habilidade para fechar no meio e atuar sobre as áreas mais centrais do terreno.
Na época 2022/23, sob o comando de Jorge Jesus, começou a aumentar a presença e produtividade, passando de uma média de 25 minutos jogados no campeonato na época passada, para 46 esta época. É algo que fez parte do plano de desenvolvimento que os canários amarelos tinham para controlar o progresso da futura estrela.

Destaca-se a capacidade de estar perto da baliza. Desde que atua na equipa principal do Fenerbahçe, disputou 51 jogos, nos quais esteve envolvido em 21 golos, quer como autor, quer como assistente. No campeonato, no conjunto das duas épocas, marcou sete golos e fez outras seis assistências.
Com estas características, é evidente que pode ser um substituto de Rodrygo no flanco direito quando o brasileiro precisar de respirar. Da mesma forma, pode ser uma alternativa a Fede Valverde ou Luka Modric no meio-campo.
O mais recente momento de brilhantismo foi o passe para Michy Batshuayi inaugurar o marcador na final da Taça da Turquia. A turma de Jorge Jesus acabou por levantar o troféu com uma vitória por 2-0 sobre o Basaksehir.
Um mágico com a bola
Com 1.76 metros, Güler tem um centro de gravidade baixo, o que lhe confere um controlo de bola perfeito. É impecável na finta e conduz a bola colada à chuteira , deixando os adversários para trás com uma facilidade impressionante. Como Messi, é um especialista em puxar para dentro, onde decide rematar ou passar entre linhas.
"Pela forma de jogar, toque de bola, movimentos e pela alegria de jogar, tem muito de Guti. Também vejo nele coisas de Mesut Ozil, mas faz-me lembrar mais o Guti. Por vezes, os defesas que estão à sua frente não entram no desarme porque têm muito respeito pela habilidade e pelas fintas, porque sabem que ele pode desequilibrá-los com um único movimento. Joga muito com o corpo e procura o último passe. É muito subtil, sim, como o Guti. Como jovem que é, conseguir esse respeito dos rivais tem muito mérito", afirmou Tayfun Korkut, antigo jogador da Real Sociedad e antigo internacional turco, numa entrevista ao "Diario AS".
Desde setembro de 2022, a joia tornou-se em presença regular na seleção turca. Estreou-se a marcar - uma verdadeira obra-prima - pela equipa principal em 19 de junho, contra o País de Gales, nas fase de qualificação para o Euro-2024.
Batalha justificada
Apesar de ainda não ser bem conhecido no velho continente, a luta que equipas como o Sevilha, o Real Madrid e o FC Barcelona travaram pelos seus serviços é totalmente justificada.
Todas elas viram o seu potencial e não quiseram deixar passar a oportunidade de o tentar contratar. No final, foi o clube presidido por Florentino Pérez que colocou em cima da mesa um pouco mais do que indicava a cláusula de rescisão (17,5 milhões de euros) para o segurar e manter a política de desenvolvimento de talentos emergentes.