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Feminino: Lucy Bronze revela como o diagnóstico de autismo e TDAH lhe dá "vantagem"

Lucy Bronze, defesa do Chelsea e da seleção inglesa
Lucy Bronze, defesa do Chelsea e da seleção inglesaAlex Broadway / Getty Images via AFP

A defesa do Chelsea e da Inglaterra, Lucy Bronze, disse que o seu autismo e o transtorno de défice de atenção e hiperatividade a ajudaram a tornar-se uma melhor jogadora, tendo sido diagnosticada em 2021.

A jogadora de 33 anos ajudou a Inglaterra a vencer o Euro Feminino, em 2022, e a chegar à final do Campeonato do Mundo de 2023. Ganhou cinco vezes a Liga dos Campeões feminina, duas vezes com o Barcelona e três vezes com o Olympique Lyon, de França.

"A forma como eu processo as coisas, estando super concentrada. As pessoas dizem sempre: 'Oh, és tão apaixonada pelo futebol'", disse Bronze à BBC, numa entrevista publicada esta quarta-feira.

"Não sei se diria que sou apaixonada, sou obcecada. É o meu autismo, é a minha hiper-focalização no futebol. Uma coisa que é muito boa para o TDAH e o autismo é o exercício. Ter essa concentração, algo para fazer, manter-me em movimento. Treinar todos os dias é fantástico para mim. Algumas das outras raparigas dizem: 'Tens a certeza que tens 33 anos porque não paras? Todas as coisas que tenho por causa do autismo funcionaram a meu favor", explicou.

Na escola, Lucy Bronze tinha dificuldade em ler e soletrar e foi-lhe diagnosticada dislexia. Embora a mãe suspeitasse há muito tempo que ela poderia ser autista, Bronze foi oficialmente diagnosticada com autismo e TDAH há quatro anos, durante um estágio em Inglaterra.

"Não mudou nada essencialmente, mas foi um pouco como um abrir de olhos", disse Bronze.

"Aprendi mais sobre mim própria, compreendi porque é que em certas situações via as coisas de forma diferente das outras pessoas ou agia de forma diferente das outras pessoas", acrescentou.

Bronze, que é embaixadora da National Autistic Society no Reino Unido, ajuda agora a aumentar a consciencialização e a eliminar o estigma em torno da doença.

"Ser incompreendida quando se é mais nova é muito difícil, e foi por isso que quis juntar-me à associação", afirmou.