Entre as equipas designadas pela FIFA como categoria 1, que inclui 41 clubes de 16 países, o salário médio ronda os 24.030 dólares, embora 16 desses clubes paguem um salário bruto médio superior a 50.000 dólares, de acordo com o relatório "Estabelecer o ritmo, Relatório de referência da FIFA sobre o futebol feminino" divulgado na segunda-feira.
O maior desses salários era de aproximadamente 120.000 dólares. O salário médio bruto, no entanto, nos clubes das categorias 2 e 3 é de 4.361 e 2.805 dólares, respetivamente.
"Há uma necessidade de as jogadores de um determinado nível ganharem um rendimento fiável e suficiente apenas a jogar, reduzindo a sua dependência de fontes secundárias de rendimento e permitindo-lhes dedicar o tempo necessário para atuarem a um nível mais elevado", diz o relatório.
Os clubes de categoria 1 são também os que têm contratos mais longos com as jogadoras, geralmente entre um e três anos, sendo os salários mais elevados para os contratos de dois a três anos, enquanto as equipas do categoria 3 são as que têm mais probabilidades de oferecer contratos inferiores a três meses.
"Um contrato mais longo permite que as jogadoras se comprometam com um clube e um local, dando-lhes mais estabilidade para que se possam concentrar nas suas carreiras futebolísticas", afirma o relatório.
O relatório também destacou as assistências como uma área de preocupação.
Recorde no campeonato
No ano passado, enquanto o Arsenal recebeu o Manchester United no Emirates Stadium perante 60.160 adeptos, um recorde da Superliga Feminina inglesa, as equipas de categoria 1 tiveram uma média de 1.713 adeptos, enquanto as de categorias 2 e 3 tiveram 480 e 380, respetivamente.
O Arsenal está entre os 23% dos clubes que disputaram alguns jogos num estádio diferente do terreno habitual, disputando cinco jogos do campeonato no Emirates e os restantes no Meadow Park, que tem uma capacidade para 1.700 lugares sentados e uma capacidade total de 4.500.
"Para os clubes de categoria 1, a assistência média no outro estádio foi normalmente o dobro da do estádio habitual, indicando que o desporto tem a capacidade de atrair audiências maiores em certas ocasiões", refere o relatório.
As mulheres estão sub-representadas nos cargos de treinador, sendo que 22% dos treinadores principais de todos os escalões são do sexo feminino. A equidade de género é maior entre os árbitros, com 42% de mulheres, variando entre 57% nas ligas de categoria 1 e 25% nas ligas de categoria 2 e 3.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, disse que o relatório ajuda clubes, ligas e partes interessadas a entender melhor os fatores que impulsionam o sucesso.
"Os avanços feitos nos últimos anos foram notáveis, mas ainda há mais trabalho a ser feito para libertar todo o seu potencial", explicou.
Os inquéritos para o "Estabelecer o Ritmo" foram enviadas a 135 ligas e 1.518 clubes, com um total de 677 clubes de 90 ligas a responder.
Os níveis da FIFA foram determinados por fctores como se a liga tinha um sistema de licenciamento de clubes, o número de jogadoras de uma liga que participaram no Campeonato do Mundo Feminino de 2023 e o orçamento total de uma associação membro para o futebol feminino, entre outros.