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Desde que deixou Portugal em 2019, o médio tem construído uma carreira sólida no futebol turco. E que bela carreira! O “Maestro” luso-angolano completou recentemente o seu 50.º jogo pelo Bodrumspor, o terceiro clube que representa no país, e os números neste início de nova temporada são claros em relação à sua importância em campo.
Nesta entrevista exclusiva ao Flashscore, Fredy fala sobre estes anos de crescimento na Turquia e mantém viva a ligação ao “seu” Belenenses, clube ao qual sonha regressar para cumprir o tão desejado jogo 200. "O Belenenses faz parte de mim", diz.

Da experiência "magnífica" na Turquia a Arda Turan: "Trata os jogadores como irmãos"
- O Fredy está “como o vinho do Porto”. 35 anos, nove golos e nove assistências em 15 jogos esta temporada pelo Bodrumspor. Como é que descreveria o momento que está a viver?
Tem sido espetacular, sinceramente. Não esperava isto, sobretudo tendo em conta a minha idade, principalmente no que toca aos golos. As assistências são algo que sempre fizeram parte do meu jogo, embora agora tenho atuado um pouco mais recuado, não tão perto da frente. Antigamente jogava mais atrás do avançado; hoje faço mais de “box-to-box”. Por isso, ter a felicidade de conseguir contribuir com golos e com a minha experiência tem sido muito gratificante. Tenho aproveitado estes momentos ao máximo.
Tudo isto tem a ver com trabalho e com conhecimento do jogo. A experiência ajuda muito: perceber os momentos, interpretar o ritmo da partida. Quando somos mais novos, corremos mais e queremos fazer tudo. Hoje, já não sinto essa necessidade. Sei identificar melhor os timings do jogo, gerir esforços e, claro, entender as necessidades do meu corpo - a recuperação, o descanso, a gestão física. E acho que tenho feito isso muito bem. Por isso, resta aproveitar.
- Quando sai de Portugal em 2019, alguma vez imaginou que ficaria até hoje na Turquia?
Na altura, não sabia bem ao que vinha; era uma realidade diferente. Tinha jogado em Angola e depois fui para a Holanda, onde adorei estar - foi apenas um ano, mas gostei imenso. Mas sair para um país com uma cultura completamente diferente, com um futebol também muito distinto, deixava-me sem grandes expectativas sobre o futuro.
Mas tem sido magnífico. Consegui adaptar-me muito bem e isso é algo muito positivo. A minha família também se adaptou de forma excelente, talvez tenha tido a sorte de estar numa cidade incrível como Antalya. Depois, com o tempo, quando já estás integrado na cultura, percebes como as pessoas são, habituas-te ao futebol e ao dia a dia…

- Começa pelo Antalyaspor...
O início foi um pouco difícil em termos desportivos. Em Portugal estamos habituados a um jogo mais tático, mais coletivo e também mais ofensivo. Aqui o futebol é mais individual, mais defensivo, o jogo parte muito. Tive muitas dificuldades.
Mas depois, quando me adaptei, comecei realmente a gostar do que estava a acontecer. Em Portugal jogava como extremo ou número dez, mas aqui quase não se usa o “dez” tradicional, porque é muito difícil ter alguém nessa posição: as equipas pressionam imenso no meio-campo. Passei por essa fase de adaptação.
Tive depois a felicidade de encontrar um treinador que muitos chamavam de maluco, mas o “maluco” sabia exatamente o que estava a fazer. Foi ele que me colocou a jogar como número seis. Lembro-me bem: no intervalo de um jogo, ele disse-me “Fredy, vais jogar a seis, és o nosso trinco”. Os meus colegas ficaram surpreendidos e eu também: “A seis?” Mas ele explicou: “Tu dás equilíbrio defensivo e podes sair para a frente quando for preciso, porque fazes isso bem.”
Acabei por gostar muito da posição, adaptei-me muito bem e foi aí que as coisas começaram a correr melhor. Além disso, tive a sorte de apanhar sempre bons grupos. Eu e o Amilton - que jogava no Aves - criámos uma ligação de verdadeira irmandade. Apoiávamo-nos muito e isso também ajudou muito na adaptação. A partir daí, tudo foi fluindo. E acabei por ir ficando...
- Passou vários anos no Antalyaspor, mas vive agora uma nova fase no Bodrumspor. No ano passado não conseguiram evitar a descida de divisão e agora estão empenhados no regresso à primeira liga turca. Como descreve este novo capítulo?
As coisas estavam a correr bastante bem no Antalyaspor, mas no ano da mudança comecei a sentir-me um pouco… estabilizado. Já estava no clube há quatro anos e meio, tudo corria bem, mas sentia que precisava de algo diferente. Parecia que o meu ciclo ali estava a chegar ao fim. E eu sou uma pessoa que não gosta de se sentir acomodada, e estava a sentir exatamente isso.
Então surgiu a hipótese de ir para o Eyüpspor, que estava na segunda divisão. Havia também o desafio de o clube nunca ter jogado na Superliga. Há dois anos que tentavam subir, com investimentos altos, e não conseguiam. Isso chamou-me a atenção: a ambição, o projeto, a vontade de crescer. E teria ainda a oportunidade de trabalhar com o Arda Turan...

- Como é que foi isso? Vocês têm pouca diferença de idade…
Foi espetacular. Mais do que treinador, é um ser humano incrível.
- Acha que ainda se vai ouvir falar muito dele enquanto treinador?
Sim, acredito que sim. Ele tem ideias muito claras, influenciadas também pelos treinadores com quem trabalhou ao longo da carreira. Absorveu muito dessa experiência e tem princípios de jogo muito bem definidos. Gosta de um futebol positivo e sabe exatamente o que quer.
Mas, acima de tudo, destaca-se pela forma como trata os jogadores. Trata-nos como irmãos. Valoriza muito a ligação pessoal, tanto com quem joga como com quem não joga. É sincero, direto, diz aquilo que tem de ser dito cara a cara. Isso ajudou-nos a criar um grupo de trabalho muito forte. Fizemos uma época espetacular com ele.
- Mas acaba por sair após subir de divisão...
Depois mudei-me para Bodrum, sobretudo por questões familiares. Istambul é uma cidade muito caótica e tornava-se difícil conciliar tudo. Eu sou muito ligado à família, e era complicado passar tempo de qualidade com os meus filhos... o trânsito, o ritmo da cidade, o stress diário. A minha mulher, coitada, levava o nosso filho à escola e quando voltava parecia que já tinha vivido dois dias seguidos (risos).
Por isso, quis fazer essa mudança sobretudo para ter uma vida mais equilibrada em família. Além disso, vim para Bodrum também porque aqui estavam o presidente e o diretor desportivo que estavam no Antalyaspor, os mesmos que me tinham ido buscar ao Belenenses. Sabia que seria difícil, sabia ao que vinha, mas quis arriscar e tentar ajudar a equipa a manter-se.
Acabou por correr menos bem, é verdade. Mas foi uma aprendizagem. E esperamos que este ano consigamos voltar (à primeira liga).
- Ficou com 169 jogos na Superliga da Turquia. É possível chegar aos 200?
O objetivo é esse: subir e, no próximo ano, fazer pelo menos esses 31 jogos para chegar aos 200. No Belenenses, infelizmente, não consegui atingir esse número, por isso é algo que quero muito alcançar agora.

O sonho dos 200 jogos no Belenenses: "É parte da minha identidade"
- O Fredy começa no futebol no clube da sua zona, os Pescadores da Costa de Caparica, depois segue para o Belenenses, chega a profissional no Restelo e o resto é história... Olhando para trás, do que sente mais orgulho?
O que mais me orgulha é, acima de tudo, a minha ética de trabalho. Nunca perdi a minha essência, mas consegui adaptar-me aos momentos. Lembro-me de uma altura, por volta de 2014, quando o mister Lito Vidigal chegou ao Belenenses. Ele disse-me algo que me marcou e que era verdade: “Fredy, tu és rápido, és forte no um contra um, mas quando perderes essa velocidade vais ter dificuldades. Tens de encontrar outras formas de te manteres competitivo. Tens de te adaptar a todos os métodos, a diferentes ideias de treinadores, para continuares a jogar durante muitos anos.”
E foi exatamente isso que comecei a fazer. Passar de extremo para médio “box-to-box” não é fácil, mas consegui porque me adaptei aos métodos dos treinadores, percebi melhor o jogo e usei também a minha capacidade de leitura tática. Muitas das coisas que levo comigo até hoje aprendi na formação e no meu primeiro ano de sénior e fui sempre transportando isso ao longo da carreira.
- Cresce em Portugal, representa atualmente a seleção de Angola e está há sete anos na Turquia. Quando lhe falam em “casa”... já tem várias casas?
Muito sinceramente, houve uma altura em Antalya em que eu e a minha esposa falávamos muito sobre isso. Sentíamos que Antalya era mais “casa” do que propriamente Portugal. Foi uma cidade que teve um significado enorme para nós. O nosso filho mais novo nasceu lá, e o carinho das pessoas, a forma como sempre nos trataram, foi algo incrível.
Mas a minha casa é a Margem Sul. É realmente o meu lugar. Adoro estar ali. Acaba a época, posso ir viajar ou estar noutro país, mas passado uma semana já só penso em voltar para aquele espaço. É onde me sinto verdadeiramente em casa.

- Gostava agora de aproveitar um ponto que tocou há pouco em relação ao jogo que ficou por disputar: tem 199 partidas pelo Belenenses. Antes de perguntar se ainda tem esse sonho, queria perguntar-lhe: que significado tem para si o Belenenses?
O Belenenses não representa apenas aquilo que me deu desportivamente, embora isso também seja muito importante. O Belenenses ajudou a formar-me como homem e está profundamente ligado à minha vida. Muita gente talvez não saiba, mas a minha mãe trabalhou nas piscinas do Restelo quando eu era muito pequeno; eu tinha uns quatro anos. Por isso, cresci praticamente dentro do estádio do Belenenses.
O meu primeiro jogo de futebol visto ao vivo foi no Estádio do Restelo. E, das poucas memórias que tenho com o meu pai, que perdi cedo, uma delas é precisamente de estarmos juntos a ver um jogo ali. Por isso, vivi grande parte da minha infância naquele espaço.
O Belenenses faz parte de mim. Tudo aquilo que sou como homem aprendi ali. Para mim, não é apenas um clube... é uma parte da minha identidade. O Belenenses está dentro do meu ADN.
- Agora sim, pergunto-lhe se a cereja no topo do bolo da sua carreira seria terminar cumprindo esse jogo número 200 com a camisola do Belenenses?
Claro que sim. Isso é das coisas que eu mais quero e que realmente sonho fazer. Tenho 199 jogos e se me dissessem: “Assinas só para fazer o jogo 200 no Estádio do Restelo?”, eu assinava. Mas gostava de voltar ao Belenenses não apenas para acabar a carreira, mas para contribuir. Sei que já dei muito ao clube, mas gostaria de dar ainda mais: com a experiência que tenho, ajudar os mais novos, ajudar o clube a crescer.
- Continua a acompanhar a atualidade do clube?
Sempre, sempre. Acompanho o Belenenses esteja em que divisão estiver. Sigo o clube de perto. Já levei os meus filhos a conhecer as instalações, tudo. Como digo, isto é uma questão familiar; está dentro de mim, portanto não há hipótese de não acompanhar.

De Rui Jorge a José Mota: "Eu era um miúdo de bairro..."
- Já falámos de vários momentos positivos na sua carreira, mas sabemos que a vida de um jogador não é só coisas boas. Por isso, qual foi o momento mais difícil até agora e o que aprendeu com ele?
Os momentos mais difíceis, para nós jogadores, são quase sempre as lesões. Tive duas. A primeira, talvez a mais complicada, aconteceu quando era mais novo e mais imaturo. Na altura estava prestes a assinar pelo Benfica depois de um treino, mas a lesão acabou por deitar tudo por terra. Foi muito difícil assimilar aquilo... foi um choque grande.
Mais tarde, quando voltei ao Belenenses, em 2018, voltei a lesionar-me. Não foi tão longa como a primeira, que me deixou nove meses parado, mas ainda assim foram quatro meses de fora por causa do metatarso. Também foi um momento duro.
Mas, para além das lesões, o mais complicado de tudo foi a separação entre a SAD e o clube. Foi muito difícil, sobretudo porque deixei de poder jogar na minha casa. Vivi três anos dentro do Estádio do Restelo; aquilo é realmente a minha casa. E não poder jogar ali foi, para mim, um dos momentos mais difíceis da carreira.
- Não querendo aprofundar tanto essa questão, mas para quem viveu tanto e cuja história quase se confunde com a do clube… como foi toda essa situação para si?
Para mim foi muito difícil, a um nível mesmo pessoal. Muita gente não compreendia... Mas nós jogadores tínhamos contratos e não podíamos simplesmente escolher “fico aqui” ou “vou para ali”. Seguíamos as decisões das lideranças, que eram quem tinha de resolver esses problemas. Nós estávamos apenas dentro daquilo que nos era possível viver naquele momento.
O mais complicado foi jogar com a camisola do Belenenses e, de repente, ver a Cruz de Cristo desaparecer. Depois mudar para o Estádio Nacional… aí senti logo uma grande diferença. E, claro, alguns adeptos deixaram de acompanhar, de apoiar como antes. Eu estava habituado à Fúria Azul, ao apoio constante, aos “velhos do Restelo”, aos senhores que me conheciam desde miúdo, muitos deles viram-me crescer... Aquilo fazia-me muita falta. Muita mesmo. Por isso, foi um período muito complicado para mim.

- Deixemos isso de lado e seguimos... Que treinadores o marcaram?
Costumo dizer que todos os treinadores me marcaram de alguma forma. Uns deram-me coisas muito positivas, outros deixaram lições menos boas, mas a verdade é que aprendi sempre com todos. Ainda assim, há alguns que me deixaram uma marca especial.
O mister Rui Jorge é alguém a quem vou ter sempre um agradecimento enorme. Eu era um miúdo do bairro, irreverente, sem grande noção da vida, e ele não só me ajudou a ser melhor jogador, como me ajudou a ser melhor homem. Muitas das coisas que levo comigo até hoje aprendi com ele.
O mister Jaime Pacheco deu-me a oportunidade de me estrear pela equipa principal. O mister João Carlos Pereira, que assumiu depois os seniores, deu continuidade a esse percurso. Mais tarde, apanhei o Michel van der Gaag, uma pessoa extraordinária, um grande treinador e um grande ser humano, que me ensinou imenso. Tive até a felicidade de trabalhar com ele na Holanda, onde foi quase como um pai para mim.
O mister José Mota também foi muito importante, uma pessoa excecional, um grande homem, que nos passou muitas lições de vida. E não posso esquecer o mister Silas, que era um ídolo para mim, quase como um irmão mais velho.
Já aqui na Turquia tive igualmente muita sorte. Trabalhei com figuras enormes: o Bülent Korkmaz, antigo capitão do Galatasaray e da seleção turca; o Nuri Şahin; o Arda Turan; e, no ano passado, o Volkan Demirel. Todos eles, além de estrelas, foram pessoas que me ensinaram muito.
E tive ainda a felicidade de trabalhar com o mister José Morais, um treinador com um conhecimento de futebol impressionante, uma verdadeira enciclopédia. Por isso, não posso destacar apenas um. Tenho de falar de quase todos, porque todos me deram algo importante.
- E colegas de equipa?
Se começar a falar de colegas, nunca mais acabo (risos). Mas, se tivesse mesmo de destacar um, alguém que é um irmão para a vida, seria o Abel Camará. O Pelé também. São irmãos para a vida. São pessoas que conhecem a minha essência desde miúdo e, até hoje, mantemos essa ligação de verdadeira irmandade. O sucesso deles é o meu sucesso, e o meu sucesso é o deles. Por isso, são os dois que posso realçar mais, sem descurar os outros.

"Estou muito inclinado para ser treinador"
- O que é que o Fredy de hoje diria ao miúdo que começou a jogar no Pescadores e cresceu no bairro? E aos muitos miúdos que hoje sonham seguir o mesmo caminho?
É o que digo também aos meus filhos: tenho de estar orgulhoso do que fiz. Não foi fácil... Tive de me adaptar, tive de deixar muitas coisas para trás para conseguir chegar onde cheguei. Mas, acima de tudo, tenho orgulho no meu caminho.
Se fosse para dar um conselho a alguém, diria exatamente isto: trabalho, foco, dedicação e acreditar sempre em nós.
- Em relação ao futuro, quais os projetos em mente para os próximos anos?
Sou alguém que não gosta muito de pensar no futuro, mas há momentos em que temos mesmo de o preparar. Neste momento estou dividido entre ser treinador ou diretor desportivo, embora esteja mais inclinado para o lado de treinador.
Isso foi algo que fui desenvolvendo ao longo dos últimos anos, também com o feedback dos treinadores com quem trabalhei, que muitas vezes me diziam que eu já era, de certa forma, um treinador dentro de campo. Em quase todos os clubes acabei por ser capitão e por assumir esse papel de transmitir conhecimento tático, ajudar os outros, passar a minha experiência.
Por isso, acho que me vejo mais nesse caminho de treinador. Estou neste momento a fazer uma formação; não consigo tirar o curso porque não estou em Portugal, mas estou a preparar-me para isso. Acredito que o meu futuro estará numa dessas duas áreas.
- Como é que será o treinador Fredy?
Um treinador que aposta num jogo positivo, apoiado, com muita circulação, muitas triangulações.

- E em termos de disposição tática?
Há duas que aprecio particularmente: o 4-4-2 em losango, que gosto bastante, e o 4-3-3. São as duas formações de que mais gosto. Mas, claro, no futebol temos sempre de nos adaptar aos jogadores que temos. Ainda assim, se tivesse de escolher hoje, seriam essas. Quanto ao estilo, seria sempre um futebol positivo e ofensivo, com muitos apoios, triangulações, e também com um toque de “estilo de bairro”, que faz parte da minha essência. Acho que seguiria esse caminho.
- Se o futebol fosse uma pessoa como nós, o que é que lhe diria?
Diria “obrigado”. O futebol é algo muito emotivo. Tem o seu lado menos bom, e infelizmente ainda existe muito, mas quem sabe olhar para o lado positivo percebe que é das melhores coisas que existem no mundo.
Digo isto muitas vezes aos meus filhos. Eles, naturalmente, estão naquela bolha de querer ser jogadores de futebol. Mas digo-lhes sempre que, mesmo que não sigam carreira, o futebol vai dar-lhes coisas que ficam para a vida: aprender a trabalhar em grupo, cumprir horários, respeitar uma liderança. São valores que servem para qualquer profissão.
O futebol transmite isso desde criança. E eu só posso agradecer ao futebol por me ter dado tudo isso: por me ter formado como homem e por me permitir fazer aquilo que amo.
- A carreira de um futebolista não dura para sempre. Portanto, quando entender que é a hora de dizer adeus aos relvados, o que gostaria que fosse a resposta à pergunta: “Quem foi o Fredy?”
Gostava que as pessoas pudessem dizer que o Fredy foi sempre um amigo leal, um motivador, alguém que ajudava os outros a evoluir. Que recordassem a minha liderança, a minha lealdade, o meu companheirismo e a minha alegria.
Mais do que o jogador de futebol, quero que se lembrem do ser humano, da humildade e da forma como sempre procurei tratar bem quem estava à minha volta. O futebol em si uns vão ver, outros talvez não, mas hoje existe muito para acompanhar. Ainda assim, aquilo que realmente quero que fique é a parte humana. É isso que gostaria que as pessoas guardassem de mim.
