O Fenerbahçe entrou em campo com a sensação de que não poderia perder um ponto sequer. O clássico de Istambul contra o Besiktas representava uma oportunidade de provar que, com uma vitória, levariam a disputa pelo título até ao fim.
O Besiktas tem tido dificuldades durante toda a época, mas desde que Ole Gunnar Solskjaer chegou, as suas prestações nos jogos mais importantes têm sido muito melhores do que contra as equipas mais pequenas. Com vitórias sobre o Trabzonspor e o Galatasaray (cuja única derrota esta época foi contra o Besiktas), o clube tem gostado de jogar contra equipas que lhe dão mais espaço.
Solskjaer fez uma alteração importante na sua equipa para este jogo. Para reforçar o meio-campo e levar Gedson Fernandes a zonas mais perigosas do campo, juntou Amir Hadziahmetovic e Alex Oxlade-Chamberlain à frente da defesa e colocou o português no lugar de número 10, logo atrás de Rafa Silva, na frente.
E a mudança funcionou para o Besiktas. No primeiro tempo, apesar de ter tido um pouco menos de posse de bola, o Besiktas ameaçou bastante no contra-ataque e não deixou o Fenerbahçe ter muitas ocasiões claras de golo.
Gedson desperdiçou um penálti logo no início do jogo, depois de ter um laser apontado para a sua cara, mas logo se redimiu, aproveitando uma má defesa de Mert Muldur para marcar para o Besiktas.
No segundo tempo, o Fenerbahçe fez várias mudanças no ataque para voltar ao jogo. O central Gabriel Paulista foi absolutamente monstruoso na defesa, assim como Arthur Masuaku, que começou o jogo ao lado de Paulista e depois passou para a lateral esquerda.
O guarda-redes Mert Gunok, de 36 anos, foi o herói da partida, com várias defesas excelentes. O número 1 da Turquia foi impecável durante todo o jogo.
Anderson Talisca, Edin Dzeko e Dusan Tadic bateram à porta, mas Mert não os deixou entrar.
No final, o Besiktas venceu por 1-0. O título da Superliga não estava matematicamente fora do alcance do Fenerbahçe naquele momento. Todos sabiam disso, e os jogadores e adeptos estavam desolados.
Oito pontos atrás, a quatro jornadas do fim da temporada, é uma montanha muito grande para ser escalada, especialmente com o Galatasaray em ótima forma.
Há 11 anos que o clube não conquista o título da Superliga e os adeptos já estão fartos. Durante todo o jogo, os adeptos gritaram pela demissão do presidente Ali Koc e do vice-presidente Acun Ilicali, enquanto o futuro do treinador José Mourinho também parece sombrio.
O Fenerbahçe gastou muito dinheiro para contratar José Mourinho, tornando-o um dos treinadores mais bem pagos do mundo. O seu único objetivo era ganhar a Super Liga.
Em vez disso, tem sido bastante medícore. Contra o Galatasaray e o Besiktas, esta época, em todas as competições, tem zero vitórias, um empate e quatro derrotas. No campeonato, não venceu nenhuma equipa dos seis primeiros classificados.
José Mourinho também se tornou o primeiro técnico do Fenerbahçe desde Joachim Löw, na temporada 1998/99, a perder os seus dois primeiros jogos contra o Besiktas.
A equipa joga um estilo de futebol horrível. O defesa central ou o extremo recebem a bola e atiram-na para a grande área, na esperança de que Dzeko ou Youssef En-Nesyri a metam no fundo da baliza ou ganhem um penálti.
Está constantemente a queixar-se e a menosprezar a Superliga, culpando o "sistema" e esta corrupção imaginária, em vez das suas próprias incapacidades e fracassos, que qualquer pessoa pode ver claramente agora.
"O resultado do campeonato já estava decidido antes de o campeonato começar. As últimas derrotas em casa foram decisivas, mas o final do campeonato já estava definido antes de começar. Não vou falar mais do Galatasaray. É muito difícil lidar com esta estrutura", afirmou José Mourinho.
É vergonhoso. José Mourinho está acabado ao mais alto nível e não consegue perceber o que se passa. Culpa toda a gente menos a si próprio. Já não se comporta com dignidade e graça.
Um dos maiores vencedores de sempre do futebol tornou-se um dos seus maiores perdedores.
Mas vamos ao Besiktas e a Ole Gunnar Solskjaer, que festejaram uma vitória sísmica em casa do Fenerbahçe.
A equipa foi impressionante e, mais uma vez, provou que joga muito melhor contra as equipas mais difíceis.
Ole tornou-se o primeiro treinador da história do Besiktas a vencer os seus primeiros jogos na Superliga contra o Fenerbahçe, o Galatasaray e o Trabzonspor, tornando-se também o primeiro treinador estrangeiro desde Mircea Lucescu, em 2003, a levar o Besiktas a uma vitória fora de casa contra o Fenerbahçe.
Curiosamente, Ole fez o mesmo no Manchester United. Quando o clube se fechava e atacava as equipas em contra-ataque, a sua equipa era muito melhor. A equipa obtinha frequentemente bons resultados contra equipas como o Manchester City e o Liverpool, mas contra o resto da Premier League não era tão convincente.
Só no último mês e meio, a equipa perdeu pontos com Goztepe, Istanbul Basaksehir, Kasimpasa, Konyaspor e Gaziantep, com duas vitórias contra o Fenerbahçe e o Galatasaray pelo meio.
Mas neste jogo, Ole superou José Mourinho, montando muito bem a sua equipa, e a sua mudança tática de juntar Gedson e Rafa funcionou muito bem. A mudança de Masuaku para a lateral esquerda e a entrada de Felix Uduokhai no final do jogo para combater os cruzamentos do Fenerbahçe também foram muito inteligentes.
O resultado é fantástico e mantém a equipa na corrida por um lugar entre os três primeiros, o que é positivo em relação à situação em que se encontrava quando Ole assumiu o comando técnico.
A equipa precisa de muitas contratações e ainda está muito longe de conquistar o título. Mas os resultados contra os rivais mais ferozes certamente darão mais tempo e farão com que os adeptos se sintam mais à vontade.
Galatasaray: Campeão eleito
É claro que o Galatasaray tinha uma tarefa a cumprir um dia antes. Sabendo que o Fenerbahçe poderia perder pontos contra o Besiktas, o Galatasaray precisava de conquistar os três pontos, em casa, contra o Sivasspor.
O Galatasaray venceu por 4-1, gerindo com tranquilidade a partida e marcando todos os seus golos nos primeiros 30 minutos de jogo.
Victor Osimhen foi mais uma vez irresistível, marcando dois golos e chegando aos 24 golos na Super Liga esta época. Com 33 golos em todas as competições, este é o melhor registo da carreira do brilhante avançado.
Lucas Torreira também deu continuidade à sua boa forma goleadora com o seu quarto golo no quarto jogo consecutivo, enquanto Baris Alper Yilmaz também marcou, com um belo remate de fora da área.
Os últimos três resultados da equipa em todas as competições foram: 5-1, 5-1 e 4-1. A equipa não podia ter encontrado uma melhor altura para atingir a melhor forma e está pronta para conquistar o 25.º título da Liga, o terceiro consecutivo, um recorde.
Os jogadores e os adeptos estão a adorar a vida. No próximo fim de semana, o clube tem uma difícil deslocação ao terreno do Trabzonspor, mas devido à vantagem de oito pontos que tem no topo da tabela, a pressão sobre esse jogo será significativamente menor.
Alguns dias depois, o Galatasaray enfrenta o mesmo adversário na final da Taça da Turquia. O Galatasaray tem agora uma grande oportunidade de conquistar a dobradinha nacional, o que seria um feito fantástico para Okan Buruk e seus jogadores.
Destaque da semana
O Rizespor conquistou uma importante vitória por 2-0 sobre o Gaziantep na tarde de sábado, para aliviar os temores de despromoção, e Ali Sowe foi o astro do espetáculo para a sua equipa. Depois de ter não um, mas dois golos anulados por fora de jogo na primeira parte, Sowe finalmente marcou o golo da vitória a cerca de 15 minutos do fim, e fê-lo em grande estilo, com um fabuloso remate de primeira para o fundo das redes.
Equipa da semana
O médio Ibrahim Olawoyin é o Jogador da Semana do Flashscore, de acordo com o nosso sistema de classificação de jogadores, após um golo e uma assistência na vitória do Rizespor.
Osimhen e Baris, do Galatasaray, estão entre os 11, ao lado de Paulista, do Besiktas, enquanto Landry Dimata foi incluído depois de marcar dois golos na vitória do Samsunspor por 3-0 sobre o Eyupspor.