Nas últimas semanas, era cada vez mais provável que o guarda-redes Donnarumma deixasse o clube antes do final da janela de transferências, e o italiano confirmou isso na véspera da Supertaça, depois de ter sido excluído do plantel.
"Infelizmente, alguém decidiu que já não posso fazer parte do grupo e contribuir para o sucesso da equipa. Estou desapontado e desanimado", afirmou nas redes sociais: "Espero ter a oportunidade de olhar nos olhos dos adeptos do Parc des Princes mais uma vez e despedir-me como deve ser feito. Se isso não acontecer, quero que saibam que o vosso apoio e carinho significam o mundo para mim e que nunca os esquecerei. Levarei sempre comigo a memória de todas as emoções, das noites mágicas e de vocês, que me fizeram sentir em casa. Aos meus colegas de equipa - a minha segunda família - obrigado por todas as batalhas, todas as gargalhadas, todos os momentos que partilhámos. Vocês serão sempre os meus irmãos. Jogar por este clube e viver nesta cidade foi uma honra imensa. Obrigado, Paris."
Antes da sua declaração, os companheiros Nuno Mendes e Marquinhos já pareciam conformados com a saída, na conferência de imprensa de antevisão da Supertaça.
"É uma escolha do treinador", disse Nuno Mendes: "Treinamos muito e fazemos tudo para estar no plantel, mas a decisão é do treinador. Eu faço o meu trabalho. A equipa está pronta para amanhã."
O capitão do PSG, Marquinhos, esteve no clube durante todo o tempo em que Donnarumma lá esteve, assume estar triste por perder o colega de equipa, mas não é algo que esteja a remoer.
"É sempre difícil e, nos meus 12, 13 anos aqui, já vi outros colegas de equipa passarem por este tipo de situação. Houve jogadores importantes que tiveram de sair no final da época. É a nossa vida, é o futebol," disse o defesa: "Tudo o que se pode fazer é dar o máximo até ao último minuto. Eu também vou sair e espero fazê-lo nas melhores condições possíveis. Os jogadores vão e vêm, o clube fica. Gigio escreveu a história do clube e estou muito orgulhoso disso. Agradecemos-lhe do fundo do coração. Se ficar, recebê-lo-emos de braços abertos, porque fez uma época extraordinária. Se tiver de sair, também lhe vamos agradecer, porque é um grande amigo e um grande líder."
Na conferência de imprensa, Marquinhos falou ainda de vários outros assuntos, desde as suas reflexões sobre a última época até aos novos companheiros de equipa.
A temporada 2025/26: "É muito bom começar a temporada assim, como campeão da Liga dos Campeões. Começar com outra final, esta Supertaça Europeia, é um prazer imenso, e é a primeira vez que o experimento como jogador do PSG. Quero voltar a viver momentos como este nas próximas épocas. Somos competidores e não temos objetivos finais nas nossas carreiras, queremos sempre ganhar, queremos vitórias e trabalhar ainda mais. É isso que queremos enquanto clube. Ainda há muito para alcançar. Ganhar uma vez é ótimo, ganhar outra vez pode ser magnífico. Muito poucas equipas o conseguiram.É esse o objetivo do PSG esta época, manter este nível e lutar por todos os troféus."
Cansaço: "É enorme, (mas) tive algumas épocas difíceis e voltar depois de épocas difíceis é ainda mais difícil, posso dizer-vos isso. Regressar depois de vencer e de uma série de bons jogos é uma boa motivação para mim como capitão e como um dos jogadores mais experientes do balneário. Foi um momento incrível na minha vida, mas, quando dei por mim, já estava a pensar em ir mais longe e fazer história. É isso que queremos fazer amanhã. Temos a oportunidade. Na última temporada, tivemos alguns momentos difíceis, especialmente na final que perdemos (no Mundial de Clubes)."
Ausência na lista da Bola de Ouro: "Já estive na lista dos 30 sem ter ganho a Liga dos Campeões e, se tivesse de escolher, preferia ter ganho a Liga dos Campeões. Os grandes momentos são os títulos coletivos".
Lucas Chevalier: "O capitão tem um papel importante quando chega um novo jogador, tal como outros jogadores foram importantes quando eu cheguei. É preciso ir ao encontro do novo jogador para falar com ele, para o integrar. É preciso que se sintam em casa para poderem dar o seu melhor. Temos uma filosofia de jogo e um treinador muito exigente e sabemos que, por vezes, pode ser difícil fazer coisas a que não estamos habituados. É aí que os jogadores mais experientes têm um papel importante a desempenhar. O mais importante é o PSG, o clube e a equipa, e foi assim que ganhámos.
Ambiente no balneário: "Estou muito orgulhoso e muito feliz por estar a viver este momento, por ter a oportunidade de ganhar este troféu. Estamos a trabalhar há apenas uma semana, o Tottenham está em melhores condições físicas, mas não perdemos tudo em três semanas. Vi a qualidade do nosso passe e da nossa finalização. Vamos ter uma equipa de alto nível que vai dar tudo por tudo. Temos um treinador que não nos vai deixar cair na armadilha de ter vencido e pensar que terminámos a nossa carreira. Ele vai continuar a empurrar-nos para a frente, e isso começa com a conquista deste título.