Recorde aqui as incidências do encontro
Sob arbitragem portuguesa de João Pinheiro, o campeão europeu apresentou Nuno Mendes e Vitinha no onze, assim como o novo guarda-redes Lucas Chevalier, recém-contratado ao Lille - João Neves foi baixa por castigo, Gonçalo Ramos começou no banco. Do outro lado, Thomas Frank estreou-se no comando técnico dos spurs e lançou o reforço João Palhinha, assim como o ex-Sporting Pedro Porro, que defrontou o lateral esquerdo português, com quem partilhou balneário no Sporting.

Um arranque típico de pré-época
De forma algo surpreendente, foram os londrinos que entraram melhor na partida aproveitando alguma ferrugem dos parisienses, que há cerca de um mês perderam a final do Mundial de Clubes. A turma de Luís Enrique tentou despertar pela inspiração individual de Dembelé, Kvaraskhelia e Doué, sem resultados práticos. Do outro lado, Richarlison fugiu à defesa e rematou para uma grande intervenção de Chevalier.
O jogo físico dos ingleses estava a causar mossa, embora não houvesse grandes lances de perigo. No entanto, aos 39 minutos, um longo livre levantado por Vicario para a grande área, o novo capitão Cristian Romero ganhou a primeira bola, Palhinha derrubou Marquinhos e atirou para defesa de Chevalier com a bola a bater na trave e a cair nos pés de Van de Ven, que só teve de empurrar para inaugurar o marcador. A diferença mínima manteve-se ao intervalo, com sinal mais para o Tottenham, que secou o jogo associativo do PSG no último terço.
A mesma receita servida em prato frio
A segunda parte começou sem alterações nos intervenientes e na toada, mas com mudança no marcador. Três minutos após o recomeço, novo livre ainda longe da área, agora levantado por Porro, encontrou Romero completamente sozinho ao segundo poste. O cabeceamento picado do argentino tramou Chevalier que não ficou bem na fotografia. Ao longe, Donnarumma sentia-se vingado (leia as declarações do guarda-redes).
O segundo foi um duro golpe mental nos parisienses, principalmente em Kvaratskhelia que começou a envolver-se em picardias sem necessidade, enquanto Kudus ameaçou o terceiro com um cabeceamento ao lado, numa altura em que voavam cartões amarelos. Nesta fase, o melhor que o PSG conseguiu foi ameaçar primeiro e marcar depois, mas havia fora de jogo nos dois lances.
Resposta veio do banco
Luís Enrique lançou primeiro Fabián Ruiz e não foi suficiente. Depois vieram Mbaye e Lee Kang-In. Só a cerca de 10 minutos do fim é que se lembrou que tinha um avançado corpulento para tentar procurar um golo e lá veio Gonçalo Ramos. Entretanto, Palhinha já tinha dado lugar a Archie Gray depois de um pesado turno na sala das máquinas. E foi na insistência de bolas para a área que o PSG encontrou a resposta, com Vitinha a amortecer para Kang-In, que fuzilou de fora de área para relançar a partida, aos 85'.
A esperança soprou desde a cidades das luzes até Udine e deverá ter sido isso o que derrubou Ibrahim Mbaye quando tentou arrancar uma grande penalidade em tempo de descontos. O Tottenham já não conseguia sair do seu reduto, completamente esgotado e parecia que se adivinhava o que vinha a seguir... Aos 90+4 minutos, Dembelé foi solicitado no flanco direito e disparou um cabeceamento para a área, onde apareceu de rompante Gonçalo Ramos a restabelecer a igualdade de cabeça! A Supertaça ia, assim, ser decidida nas grandes penalidades.
Redenção na lotaria
O desempate começou com um belíssimo remate certeiro de Solanke, ao qual Vitinha tentou responder fazendo cair o guarda-redes para um dos lados.... e falhando a baliza. Seguiu-se mais um belo tiro de Bentancur, enquanto Gonçalo Ramos reduziu com um bilhete tirado para o meio.
A pressão estava toda sobre os parisienses e Chevalier mostrou por que foi contratado ao travar o remate de Van de Ven, ao qual Dembelé deu o melhor seguimento, colocando tudo empatado. Seguiu-se Mathys Tel, que tentou imitir Vitinha e acabou por fazer uma réplica perfeita: deitou Chevalier e falhou a baliza. Lee Kang-In, que deu o mote à recuperação, fez o seu trabalho e cumpriu.
Pedro Porro tinha o peso da Europa sobre os seus ombros, se falhasse, acabava. Para não deixar dúvidas, colocou a bola no ângulo e devolveu a pressão aos parisienses. Nuno Mendes assumiu a responsabilidade, não tremeu e garantiu a primeira Supertaça europeia da história do PSG.
Melhor em campo Flashscore: Gonçalo Ramos (Paris Saint-Germain).