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Supertaça de Espanha: Ancelotti tem de agradecer a Szczesny

Ancelotti e Mbappé após a derrota
Ancelotti e Mbappé após a derrotaPhoto by Haitham AL-SHUKAIRI / AFP
Com um homem a menos, o Barça dedicou-se a reduzir os espaços. O Real Madrid, com mais um homem, não conseguiu criar oportunidades de risco. Mbappé estava sozinho no ataque e a defesa estava desfeita.

Reveja aqui as principais incidências da partida

É certamente possível perder uma final. Ainda mais depois de ter ganho tanto num espaço de tempo tão curto. A era do Real Madrid é invejável, avassaladora. Desgasta os adversários e, quando quebra, lembra-nos que a equipa é feita de humanos, de futebolistas comuns (com algumas exceções extraterrestres feitas para marcar uma época, como Mbappé e Vini) que cometem erros e que também caem, como pessoas que não vivem do desporto.

Na derrota, como se dizia em abril de 2022 após a goleada ao City no Etihad, há forma. Perder uma final por 1-0 dá uma certa sensação de segurança de que se fez o que se podia. A questão que se coloca depois de uma noite como a de domingo em Jeddah é: o que foi feito para competir, que estratégias foram postas em prática para vencer? A resposta é simples: não se fez grande coisa para além das exibições individuais de Mbappé (a boa notícia é que voltou ao seu melhor), não houve estratégia ofensiva e isso notou-se quando tiveram um homem a mais e o desperdiçaram e, por outro lado, a defesa parecia um treinador com duas grandes lacunas: a ala direita (vamos ver se Trent consegue resolver parte desse problema ou até um lateral direito natural com um perfil mais baixo) e a linha defensiva (Tchouaméni está na mira por dois golos. Mau perfil e lento na defesa).

Raphinha, o MVP da final
Raphinha, o MVP da finalPhoto by Mohammed Saad / ANADOLU / Anadolu via AFP

A queda é tática. O golo de Mbappé no início do jogo foi um acidente: o Barça já tinha tido duas oportunidades claras que não entraram graças a boas intervenções de Courtois nos primeiros quatro minutos. Mbappé, num contra-ataque, colocou o Barcelona em vantagem e fez o Madrid sonhar, até que Lamine Yamal, outro jogador destinado a ficar na história, entrou em campo para marcar um golo maravilhoso e desempatar a partida. Lewandowski, Raphinha (x2) e Alejandro Balde completaram uma noite que poderia ter sido pior para Ancelotti se não fosse a expulsão de Sczczesny. Pouco se fala... mas Araújo chega atrasado a uma disputa com Mbappé e leva o guarda-redes polaco a pedir o vermelho (não era obrigado, a vantagem era confortável). O Charrúa viu ainda um amarelo depois de perder mais um frente a frente com Mbappé. Uma forma regular do defesa-central.

Rodrygo compensou com um livre. Iñaki Peña colocou mal a barreira e adormeceu quando a bola se dirigia para o seu poste. O Barcelona defendeu de forma inteligente sem um homem a mais. Raphinha foi de longe o MVP do jogo e, como sempre, Lewandowski apareceu quando tinha de aparecer. O polaco foi letal quando jogou a partir da defesa. Deixou Rüdiger desconfortável, tirando-o da área para receber bolas fora da área.

Dir-se-á em Valdebebas que era necessário perder uma final. Dir-se-á na equipa técnica que há tempo para corrigir.

Tal como foi dito após a derrota no Clássico no Bernabéu e tal como foi dito após os golos sofridos contra o Milan e o Liverpool.

Algo está a acontecer em Madrid durante os jogos importantes desta época.

Algo que tem de ser corrigido pela equipa técnica se quiser evitar uma catástrofe naquela que era para ser a época do "septete".