A temporada 2025/26 arrancou, de forma oficial, com um dérbi entre Sporting e Benfica. Depois de ter perdido ao campeonato e a Taça de Portugal, o emblema encarnado vingou-se e somou a 10.ª Supertaça diante do Sporting.
O triunfo do Benfica no Algarve foi, como se esperava, equilibrado. Desde novembro de 2023 que os encarnados não venciam o Sporting nos 90 minutos e além da satisfação de conquistar um dérbi somaram a 10.ª Supertaça, mais um que o eterno rival.
Num jogo equilibrado, o Flashscore apresenta três notas a tirar da partida no Algarve:
Richard Ríos assumiu a batuta
Gorada a transferência de João Félix, o Benfica perdeu a peça criativa para o meio-campo e isso sentiu-se, sobretudo na primeira parte. Os encarnados raramente conseguiram construir uma jogada e muitas vezes Vangelis Pavlidis foi obrigado a recuar até ao meio-campo defensivo para ser a engrenagem que permitia ao conjunto de Bruno Lage chegar ao ataque.
De resto, o grego só encontrou no colombiano Richard Rios alguém para falar a mesma língua. Num meio-campo com Barrenechea, Leandro Barreiro, Rios, Aursnes ou Akturkoglu, não havia ninguém para ser criativo e se na primeira parte o colombiano carregou demasiado a bola, na segunda acabou por conseguir dominar o meio-campo e carregar para a frente.
Foi o jogador que mais falta sofreu (sete), que mais passes certos fez no meio-campo do Sporting (10 em 15) e que mais duelos ganhou (11 em 13). Restam poucas dúvidas que será um elemento-chave.

A vida pós-Gyökeres
Substituir um jogador como Viktor Gyökeres nunca seria fácil. O sueco deixou Alvalade como um dos melhores do século XXI a jogar em Portugal, mas o arrastar do processo da transferência para o Arsenal acabou por não facilitar a situação.
Luis Suárez chegou muito em cima da Supertaça e sem o tempo de treinar para fazer parte da equipa titular. E pese embora alguns pormenores interessantes nos 20 minutos que esteve em campo, precisa de mais rotinas.
Na primeira grande oportunidade, Conrad Harder mostrou que ainda precisa de crescer. O dinamarquês teve algumas boas combinações (o lance golo anulado a Pedro Gonçalves), mas pareceu algo trapalhão e, acima de tudo, nunca se conseguiu impor aos centrais do Benfiica. Fez dois remates, apenas um enquadrado com a baliza, não conseguiu concretizar nenhum drible e tocou apenas três vezes na bola na área do Benfica, além de não ter feito um único passe no último terço.
Pese embora ter feito toda a pré-temporada, Harder pareceu não aproveitar a oportunidade e ganhar vantagem a Luis Suárez, que com mais uma semana de treinos pode espreitar a titularidade diante do Casa Pia, na primeira jornada da Liga.

Ser grande
É certo que os jogos entre equipas grandes são sempre amarrados e a qualidade raramente atinge o patamar esperado, mas Sporting e Benfica confirmaram, mais uma vez, as dificuldades em atacar de forma organizada. Nos 90 minutos da Supertaça, apenas cinco remates foram enquadrados (três para os leões, dois para as águias), sendo que no conjunto, as duas equipas fizeram 12 disparos nas respetivas áreas adversárias, mas 8 foram bloqueados.
Olhando para a métrica golos esperados, nenhuma conseguiu ultrapassar a marca do 1 – Sporting (0,77) e Benfica (0,49) – semelhante ao que já tinha acontecido na final da Taça de Portugal até ao penálti Gyökeres (que subiu o xG leonino até aos 1,25). De resto, o disparo de Pavlidis, que dá ao triunfo, tem uma expectativa de golo de 0,11 e só entrou por nítida falha de Rui Silva.
Tem sido uma pecha para o Sporting de Rui Borges e o Benfica de Bruno Lage, a capacidade de jogar em ataque organizado e encontrar o caminho do golo sem ser por via das individualidades ou dos erros.
