Derrota em cima da linha de fundo: FC Porto perde no Estoril e está fora da Taça da Liga (3-1)
Recorde as principais incidências da partida
O campeonato voltou há poucos dias e não há vislumbre de nova pausa assim tão recente, no entanto houve tempo para voltar à muitas vezes esquecida Taça da Liga, para o jogo entre Estoril Praia e FC Porto, que aconteceu no Estádio António Coimbra da Mota, esta quarta-feira.
Como habitual nesta prova, os dois treinadores operaram várias mexidas. Curiosamente, Sérgio Conceição até foi o mais contido dos técnicos, com alguns nomes fortes, como Taremi, Pepê ou Galeno, a continuarem no onze. Por outro lado, Zé Pedro, na posição de lateral direito, foi a grande novidade para defrontar um Estoril que entrou em campo com oito mexidas em relação à última partida.
Tardou, mas animou
A meio da semana e a meio da tarde (ou início da noite, se olharmos para a escuridão do céu em pleno horário de inverno), as duas equipas demoraram alguns minutos a entrar no ritmo do jogo, mas entraram... e entraram bem!
O primeiro lance de perigo (16 minutos) saiu do pé esquerdo de Francisco Conceição, que rematou colocado ao poste mais distante da baliza de Dani Figueira, regressado ao onze estorilista. O internacional sub-21 português ainda celebrou, mas um fora de jogo detetado a Galeno, que está na origem da jogada, voltou a deixar tudo em águas de bacalhau.
Animaram as bancadas e animou o futebol. Resposta mais clara e imediata era difícil. Numa prova de eficácia entre as duas equipas, Cassiano, lançado de forma brilhante por João Marques, marcou o golo da vantagem estorilista (21 minutos). Em relação ao golo de Francisco Conceição, o do brasileiro teve uma diferença essencial quando olhamos para a marcha do marcador, pois estava em posição regular.
Num ritmo a fazer esquecer vários jogos de campeonato bem aborrecidos, Estoril e FC Porto iam dando espetáculo na Amoreira. Rodrigo Gomes e Francisco Conceição tiveram duelos quentes, mas bem disputados. Um exemplo do que acontecia entre as duas equipas num plano mais global.
Curiosamente, até foi um dos mais desaparecidos a fazer o golo do empate portista, num lance que começou no passe longo de David Carmo para Taremi. A assistência do iraniano é de classe e voltou a dar razão a Sérgio Conceição, que insiste na importância do seu avançado muito além dos golos. Pepê puxou para a direita e fez o empate com um remate colocado, semelhante ao que Francisco Conceição tinha feito minutos antes.
Por pouco, Galeno não fez o empate antes do intervalo, altura em que Vasco Seabra já tinha sido obrigado a mexer, por lesão de Alex Soares. Mateus Fernandes entrou e a equipa estorilista ganhou qualidade no miolo.
Empate nos ferros...
A primeira parte das duas equipas foi tão bem conseguida que ambas voltaram com vontade dos balneários, de tal forma que Guitane, lançado ao intervalo, ainda nem estava preparado para entrar, ao contrário de Evanilson, que também foi a jogo no início do segundo tempo.
E a verdade é que o jogo prometia mesmo!
No espaço de dois minutos, Heriberto acertou na trave da baliza de Cláudio Ramos e Taremi fez o mesmo com o poste estorilista. O cronómetro ainda não marcava 50 minutos, só que aquele entusiasmo acabou por esmorecer.
Com o passar dos minutos, o Estoril adotou uma postura mais cautelista, embora ficasse em risco de passagem à final four caso o FC Porto vencesse o Leixões. No FC Porto, Francisco Conceição, sempre ligado à corrente, continuava a agitar, mas não teve companhia à altura no que à energia diz respeito, até que Sérgio Conceição lançou Gonçalo Borges.
Minutos loucos e um ponto final
A entrada do extremo funcionou como um regresso ao início da época. Agitador, o extremo apareceu na esquerda para animar as hostes portistas, que quase festejaram o golo da reviravolta quando a bola saiu do pé direito de Gonçalo Borges para a cabeça de Evanilson. Uma vez mais, a trave foi um... entrave. O FC Porto desempatou em bolas aos ferros, mas acabou por perder o jogo e cair da Taça da Liga logo a seguir.
Aquele lance terá motivado em excesso a equipa de Conceição e o preço a pagar foi alto. Desconcentrada, a formação portista foi apanhada em contrapé num lance individual de Guitane e praticamente do nada o Estoril tirou bilhete para a final four. Bola conduzida com o pé esquerdo e finalizada pelo mesmo, para o lado direito.
David Carmo foi o rosto da descoordenação portista e ainda foi a tempo de fazer uma grande penalidade que João Carlos converteu, aos 90+6, para carimbar o apuramento canarinho. Se no campeonato a situação está complicada, no inverno há final four em Leiria.
Homem do jogo Flashscore: Rafik Guitane (Estoril Praia)