Qualquer acordo de redistribuição de receitas entre a Premier League e a English Football League (EFL) não deve comprometer o atrativo competitivo do principal escalão do futebol inglês, afirmou esta quarta-feira Tom Wagner, co-proprietário e presidente do Birmingham City.
Wagner, que se tornou co-proprietário do Birmingham em 2023 juntamente com a lenda da NFL Tom Brady, afirmou que a Premier League ainda tem potencial para aumentar as suas receitas a nível global e que, ao fazê-lo, beneficiará todo o sistema do futebol inglês.
A EFL, que supervisiona os três escalões profissionais abaixo da primeira divisão, ainda não chegou a acordo com a Premier League, pois procura uma proposta substancial que ajude a tornar o sistema mais sustentável, numa altura em que a diferença de receitas entre o principal escalão e o segundo nível já ultrapassa os cinco mil milhões de libras ( mais de 6 mil milhões de euros).
A vice-presidente do West Ham United, Karren Brady, afirmou na Câmara dos Lordes, em julho, que uma "proposta credível e generosa para a EFL" tinha sido rejeitada. No entanto, esta afirmação foi desmentida pela EFL, que apenas referiu que as conversações tinham sido retomadas brevemente.
Wagner, que espera ver a sua equipa do segundo escalão integrar em breve a elite da Premier League, defendeu que os principais clubes têm direito a proteger o seu valor.
"O que posso dizer é que gostaríamos de ter mais receitas e de ver o sistema reforçado, mas não queremos que a percentagem que for acordada resulte num topo do sistema menos competitivo," afirmou o norte-americano aos jornalistas na conferência Leaders dedicada ao negócio do desporto: "Do ponto de vista internacional, não me compete dizer qual a percentagem certa, mas penso que o que pretendemos é que o topo do sistema mantenha esse enorme valor de marca, continue altamente competitivo a nível internacional, e acredito que isso atrairá ainda mais atenção para o futebol inglês em geral. A nossa esperança e convicção sincera é que isso conduza a um aumento do montante global de receitas que chega a todo o sistema."
A Premier League afirmou ter comprometido 1,6 mil milhões de libras (2,16 mil milhões de euros) para o sistema alargado do futebol inglês no seu mais recente ciclo de transmissões (2022-2025).
O novo regulador independente do futebol britânico (IFR), criado pelo governo, terá poderes para impor um acordo entre a Premier League e a Football League caso não seja possível chegar a entendimento.
No entanto, poderá demorar até que o IFR esteja totalmente operacional. Entretanto, Wagner referiu que a Premier League ainda tem margem para aumentar o seu valor sem sobrecarregar os jogadores.
"Quando digo que vai crescer, isso não significa que tenhamos de disputar mais jogos ou aumentar o preço dos bilhetes – podemos chegar a um público mais vasto", acrescentou Wagner: "Diria que há muitos milhares de milhões de pessoas em cada jogo que não o consomem, seja de forma direta ou indireta. E, ao expandirmos o nosso produto para alcançar mais pessoas e chegar-lhes de novas formas, com diferentes tipos de conteúdos, isso cria mais oportunidades para continuar a desenvolver o futebol a nível global."