A ascensão de Wilfried Singo na Costa do Marfim antes da CAN

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A ascensão de Wilfried Singo na Costa do Marfim antes da CAN

Wilfried Singo com o Mónaco no mês passado.
Wilfried Singo com o Mónaco no mês passado.VALERY HACHE/AFP
Wilfried Singo, a grande esperança da defesa dos Elefantes para a Taça das Nações Africanas (CAN) em casa, conta em entrevista à AFP o seu percurso profissional, desde as competições de futebol juvenil nos Camarões até ao Mónaco, passando pela segunda divisão da Costa do Marfim e pelo Torino.

Acompanhe as principais incidências da partida

A Taça das Nações Africanas "é uma competição que costumávamos ver na televisão e poder jogá-la em casa é uma verdadeira oportunidade", diz o defesas do Mónaco, com um grande sorriso, enquanto se apressa a comprar bilhetes para o jogo de abertura de sábado contra a Guiné-Bissau.

"Cada jogador tem direito a seis bilhetes por jogo, e depois há os que eu compro", ri-se. "Não sei contar, mas é muita coisa! Há irmãos e primos, vem a vizinhança toda!"

Embora esta criança, nascida no dia de Natal de 2000, tenha crescido nas províncias, na SOGB (pronuncia-se Sogébé), a grande empresa de extração de borracha situada entre a estância balnear de Grand Béréby e Tabou, cedo se mudou para a metrópole e para o bairro de Yopougon, para jogar no Maman Clotilde FC, a escola de futebol fundada pela mãe de Didier Drogba, atualmente encerrada. Foi aí que os olheiros do AS Denguélé, na altura na segunda divisão, descobriram Wilfried Singo.

Os números de Singo
Os números de SingoFlashscore

"É um grande trabalhador!"

"Testámo-lo e achámo-lo muito bom, na altura jogava como médio defensivo", explica o presidente do ASD, Abdoulaye Koné. " Le Petit fez jogos extraordinários e o treinador da equipa olímpica, Soualiho Haïdara, descobriu-o".

No AS Denguélé, outro olho viu o talento de Singo. O agente camaronês "Maxime Mana, que é um amigo, assistiu a um jogo do Denguélé e disse-me: Presidente, aqui o Le Petit é muito bom". Em outubro de 2018, o agente até pagou o bilhete de avião de Singo para ir ganhar o concurso de jovens futebolistas do G8 em Yaoundé. Alguns anos antes, André Zambo-Anguissa também tinha vencido o G8 antes de se destacar.

Mana conseguiu colocar o jovem aspirante no Torino. "Trazer um jovem africano para a primeira divisão italiana sem fazer testes, em plena Covid, e assumir uma posição como cidadão extracomunitário, era um grande risco, mas Maxime foi persuasivo", revela Koné.

Os próximos jogos da Costa do Marfim
Os próximos jogos da Costa do MarfimFlashscore

"Aprendi muito em termos táticos"

"Apesar de ser um pouco louco, e de todos estarem contra, escolhi confiar em Maxime, que acreditou cegamente em Singo", escreveu o presidente do Toro, Urbano Cairo, no Instagram este verão, quando o seu jogador se juntou ao Mónaco. Singo é "um rapaz extraordinário, diligente, humilde, generoso e perfeitamente educado", elogiou o italiano.

No Torino (109 jogos, 7 golos), "aprendi muito em termos táticos", admite Singo. "Quando cheguei, pensava que sabia defender, mas na realidade não sabia (risos)! Aprendi a concentração e o aspeto tático da alternância das fases ofensivas e defensivas. Antes dos jogos, fazíamos muitas sessões de vídeo, essa é a marca do Calcio".

Ele também descobriu uma nova posição. Foi o técnico da equipa secundária do Toro, Federico Coppitelli, que o deslocou para a lateral direita. Essa versatilidade deve ajudá-lo na CAN.

Singo (10 jogos pela seleção) "é ideal se (o técnico) Jean-Louis Gasset jogar com três defesas, como Wilfried faz no Mónaco", diz o técnico Haïdara. "Caso contrário, ele concorre com Sergè Aurier, mas é preciso reconhecer que o tempo do capitão está a chegar ao fim. Precisamos começar a preparar a próxima geração, e Singo é o sucessor ideal".

"Hoje, na minha opinião, ele é mais forte do que Serge Aurier", afirma Koné, que só espera que o "Le Petit" deixe a sua marca definitivamente.

O grupo da Costa do Marfim
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