CAN-2025: Costa do Marfim vai jogar para "prestar homenagem" a ex-selecionador Gasset

A Costa do Marfim vai jogar para "prestar homenagem" a Gasset
A Costa do Marfim vai jogar para "prestar homenagem" a GassetISSOUF SANOGO / AFP

Detentora do título, a Costa do Marfim recebeu a notícia do falecimento do seu antigo selecionador Jean-Louis Gasset, em plena preparação para o duelo do grupo F da CAN-2025 frente aos Camarões, este domingo em Marraquexe, com a firme vontade de "lhe prestar homenagem".

Acompanhe aqui as incidências do encontro

"Ficámos devastados ao saber disto ontem. Será uma motivação extra para lhe prestar homenagem", afirmou no sábado, em nome dos Elefantes, Guela Doué - irmão do parisiense e internacional francês Désiré -, que não fez parte da incrível campanha marfinense em casa durante a CAN-2023.

A notícia do falecimento de Jean-Louis Gasset, selecionador da Costa do Marfim de maio de 2022 a janeiro de 2024, foi recebida na manhã de sexta-feira e teve de ser assimilada.

"No início, não acreditávamos. Pensávamos que era mais um rumor que circulava na internet, como tantas vezes acontece, e quando recebemos a confirmação, foi um choque total. De imediato, passaram-nos pela cabeça todas as imagens positivas que vivemos com ele", recordou Emerse Faé, o atual selecionador marfinense, que era um dos adjuntos antes de lhe suceder em plena competição, há dois anos.

"Não só metade dos jogadores estavam presentes (há dois anos, ndr) e conviveram com o Jean-Louis, mas todo o staff, toda a equipa de apoio, todo o departamento médico, toda a logística, toda a delegação marfinense o conheceu", explicou Faé, visivelmente abalado.

"Era uma pessoa atenciosa, era uma excelente pessoa e é verdade que foi difícil para toda a delegação receber esta notícia", sublinhou.

Minuto de silêncio e aplausos

Na véspera, em Marraquexe, antes de iniciar a sessão de treino, todo o grupo respeitou um minuto de silêncio seguido de fortes aplausos em homenagem a Gasset, retomando depois o trabalho.

Os Elefantes têm um título para defender e um primeiro grande teste já este domingo frente aos Camarões, "o irmão inimigo, o rival preferido, a bela família", como descreveu Faé, o outro favorito do grupo.

O título de 2023 deve-se em parte ao homem de Montpellier, o seu selecionador no início da "sua" CAN, há dois anos, antes de Gasset se demitir após o terceiro jogo da fase de grupos e uma derrota pesada frente à Guiné Equatorial (derrota por 0-4).

"Quando vejo os jogadores no balneário a chorar, dói-me. Tentámos, demos tudo, penso eu. Quando se tem um cenário destes, quase de pesadelo, não há muito a dizer nem a fazer", disse na altura Gasset, algumas horas antes de apresentar a sua demissão a Idriss Diallo.

Depois de uma vitória e duas derrotas, a Costa do Marfim estava à beira da eliminação, já só esperando chegar aos oitavos de final graças a cenários improváveis sobre os quais já não tinha qualquer controlo.

O maior desafio da sua vida

O antigo adjunto de Laurent Blanc, lançado naquele que considerou o "maior desafio da (sua) vida", reconheceu o fracasso e preferiu afastar-se em plena competição para tentar provocar um choque no grupo.

"A sua passagem à frente da seleção nacional contribuiu de forma determinante para o sucesso dos Elefantes na Taça das Nações Africanas Costa do Marfim-2023, inscrevendo de forma duradoura a sua ação na história desportiva da Costa do Marfim", destacou a Federação Marfinense.

Há dois anos, os Elefantes mostraram a sua força perante a adversidade. Longe de serem favoritos à renovação do título, um novo revés pode voltar a dar-lhes forças para se superarem.