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"Ficámos devastados ao saber disto ontem. Será uma motivação extra para lhe prestar homenagem", afirmou no sábado, em nome dos Elefantes, Guela Doué - irmão do parisiense e internacional francês Désiré -, que não fez parte da incrível campanha marfinense em casa durante a CAN-2023.
A notícia do falecimento de Jean-Louis Gasset, selecionador da Costa do Marfim de maio de 2022 a janeiro de 2024, foi recebida na manhã de sexta-feira e teve de ser assimilada.
"No início, não acreditávamos. Pensávamos que era mais um rumor que circulava na internet, como tantas vezes acontece, e quando recebemos a confirmação, foi um choque total. De imediato, passaram-nos pela cabeça todas as imagens positivas que vivemos com ele", recordou Emerse Faé, o atual selecionador marfinense, que era um dos adjuntos antes de lhe suceder em plena competição, há dois anos.
"Não só metade dos jogadores estavam presentes (há dois anos, ndr) e conviveram com o Jean-Louis, mas todo o staff, toda a equipa de apoio, todo o departamento médico, toda a logística, toda a delegação marfinense o conheceu", explicou Faé, visivelmente abalado.
"Era uma pessoa atenciosa, era uma excelente pessoa e é verdade que foi difícil para toda a delegação receber esta notícia", sublinhou.
Minuto de silêncio e aplausos
Na véspera, em Marraquexe, antes de iniciar a sessão de treino, todo o grupo respeitou um minuto de silêncio seguido de fortes aplausos em homenagem a Gasset, retomando depois o trabalho.
Os Elefantes têm um título para defender e um primeiro grande teste já este domingo frente aos Camarões, "o irmão inimigo, o rival preferido, a bela família", como descreveu Faé, o outro favorito do grupo.
O título de 2023 deve-se em parte ao homem de Montpellier, o seu selecionador no início da "sua" CAN, há dois anos, antes de Gasset se demitir após o terceiro jogo da fase de grupos e uma derrota pesada frente à Guiné Equatorial (derrota por 0-4).
"Quando vejo os jogadores no balneário a chorar, dói-me. Tentámos, demos tudo, penso eu. Quando se tem um cenário destes, quase de pesadelo, não há muito a dizer nem a fazer", disse na altura Gasset, algumas horas antes de apresentar a sua demissão a Idriss Diallo.
Depois de uma vitória e duas derrotas, a Costa do Marfim estava à beira da eliminação, já só esperando chegar aos oitavos de final graças a cenários improváveis sobre os quais já não tinha qualquer controlo.
O maior desafio da sua vida
O antigo adjunto de Laurent Blanc, lançado naquele que considerou o "maior desafio da (sua) vida", reconheceu o fracasso e preferiu afastar-se em plena competição para tentar provocar um choque no grupo.
"A sua passagem à frente da seleção nacional contribuiu de forma determinante para o sucesso dos Elefantes na Taça das Nações Africanas Costa do Marfim-2023, inscrevendo de forma duradoura a sua ação na história desportiva da Costa do Marfim", destacou a Federação Marfinense.
Há dois anos, os Elefantes mostraram a sua força perante a adversidade. Longe de serem favoritos à renovação do título, um novo revés pode voltar a dar-lhes forças para se superarem.
