Desde que o Egito venceu o Gana na final de 2010, realizaram-se oito edições da CAN, com sete países diferentes a sagrarem-se campeões. A exceção foi a Costa do Marfim, que conquistou a África em 2015 após desempate por penáltis frente ao Gana e voltou a triunfar no ano passado, ao dar a volta ao resultado em casa para bater a Nigéria.
Os Elefantes, que conquistaram o primeiro dos seus três títulos da CAN em 1992, iniciam a defesa do título frente a Moçambique a 24 de dezembro, no Grupo F, antes de defrontarem os pentacampeões Camarões e o Gabão.
Os seis vencedores e segundos classificados de cada grupo qualificam-se automaticamente para os oitavos de final em Marrocos, juntando-se-lhes as quatro melhores equipas que terminem em terceiro lugar. É difícil imaginar os marfinenses fora da fase a eliminar, e Fae mostra-se confiante ao responder às críticas sobre várias escolhas.
As ausências do avançado do Villarreal Nicolas Pepe e do extremo do Sunderland Simon Adingra estiveram no centro das críticas da comunicação social.
"Se considerássemos apenas o aspecto desportivo, ele (Pepe) estaria connosco," afirmou Fae, antigo médio da Costa do Marfim, de 41 anos: "Para elaborar uma lista, é preciso ter em conta muitos fatores, dentro e fora do campo. Todos esses fatores levaram a que o Nico não estivesse convocado."
Fae não revelou quais os motivos que levaram à exclusão do antigo avançado do Arsenal, apesar da boa forma demonstrada na La Liga, onde conquistou um prémio de jogador do mês esta época.
Sobre Adingra, Fae explicou: "O Simon está a lutar por um lugar no onze inicial do Sunderland. Tivemos de prescindir das suas qualidades ao fazer a convocatória."
Herói nacional
O antigo extremo do Crystal Palace Wilfried Zaha regressou após três anos de ausência, tendo impressionado ao serviço do Charlotte, da Major League Soccer.
"A sua capacidade de ultrapassar defesas e o momento de forma atual jogaram a seu favor," afirmou Fae sobre o avançado, que já marcou 10 golos esta época e fez seis assistências: "A Costa do Marfim pode beneficiar da sua experiência e da sua capacidade para criar oportunidades de golo para os colegas."
Fae tornou-se herói nacional depois de a Costa do Marfim ter recuperado de uma fase de grupos desastrosa em 2024 para vencer o Senegal, o Mali, a República Democrática do Congo e a Nigéria, conquistando o troféu mais cobiçado de África.
Começou o torneio como adjunto de Jean-Louis Gasset, assumindo o comando quando o treinador francês foi despedido após as derrotas na primeira jornada frente à Nigéria e à Guiné Equatorial. Conseguiram o apuramento para a fase a eliminar como a pior das quatro equipas que terminaram em terceiro lugar e tornaram-se a primeira seleção a perder dois jogos e, ainda assim, conquistar a CAN.
Apesar das mudanças, os Camarões deverão ser o maior obstáculo para a Costa do Marfim no Grupo F, já que o Gabão apresenta uma defesa frágil e Moçambique nunca venceu um jogo da CAN em 15 tentativas.
