“É muita emoção. Vocês não têm ideia da alegria que me dá”, disse à Lusa o moçambicano Lino Alfredo, no meio de uma multidão que cantava e dançava à porta do Estadio Nacional do Zimpeto, marcado pelo vermelho da equipas dos ‘mambas’.
Com o estádio a abarrotar, a seleção moçambicana entrou desconcentrada na partida, consentindo o primeiro golo do Benim, a Steve Mounie, aos 20 minutos, na conversão de uma grande penalidade, silenciando os presentes.
Witi, seis minutos depois, e o estreante Guima, aos 30, devolveram a alegria aos adeptos que tomaram o principal estádio de futebol em Moçambique, num dia em que nem o Presidente da República faltou ao futebol.
“Quando Witi empatou já estava claro que estávamos classificados, embora ainda houvesse muito tempo para jogar”, contou Cassilda Manhicane, já quase com voz rouca, minutos após o apito final.
Com algum nervosismo, Moçambique voltou a entrar para segunda parte a defender e consentiu, ao minuto 50, um golo a Dossou, que rematou colocado de fora da área sem hipóteses para o guarda-redes moçambicano Hernâni.
O empate chegava para a quinta presença moçambicana numa fase final de uma CAN, mas o ambiente era de tensão, dentro e fora de campo, até Clésio, a passe do avançado do Sporting Geny Catamo, pôr termo neste impasse, já em tempo de descontos, autorizando a festa.
Nas bancadas, a ‘obra-prima’ de Clésio e Geny levou lágrimas aos a dezenas de adeptos, que temiam pelos ‘fantasmas’ de jogos anteriores, em que Moçambique acabou por perder por desconcentrações nos últimos minutos.
No relvado, o selecionador moçambicano Chiquinho Conde - avançado que jogou em vários clubes portugueses – também não conteve as lágrimas de alegria.
“As emoções são enormes (…) Este estádio só ficou cheio deste jeito quando o papa Francisco esteve aqui. Ainda temos muito quilómetros para percorrer, mas a base já está aqui e foi bem feita”, afirmou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.