É a última reviravolta numa longa batalha entre Marc Brys e a Federação Camaronesa de Futebol (FECAFOOT) desde a sua nomeação pelo Ministério do Desporto do país, em abril de 2024.
Uma carta datada de 21 de julho, supostamente enviada por Brys ao Ministério do Desporto e à FECAFOOT, afirmava que tinha tomado a decisão de rescindir o seu contrato "devido ao não pagamento da minha remuneração e da do meu staff durante mais de 60 dias".
Quando a carta veio a público, esta quarta-feira, a FECAFOOT disse em comunicado que tinha tomado conhecimento da demissão e que iria "implementar uma resposta coordenada para mitigar o impacto desta vaga à frente da equipa técnica da seleção nacional".
No entanto, Marc Brys disse mais tarde, numa carta dirigida ao Ministério do Desporto, que o seu e-mail tinha sido provavelmente pirateado e que não se tinha demitido.
O Ministério do Desporto dos Camarões confirmou que Marc Brys permaneceu no seu cargo. A FECAFOOT não respondeu ao desmentido do treinador.
A situação ocorre cinco meses antes da fase final da Taça das Nações Africanas em Marrocos e com a qualificação dos Camarões para o Mundial de 2026 por decidir.
Brys tem tido uma relação difícil com o presidente da FECAFOOT, Samuel Eto'o, desde que assumiu o cargo no ano passado, mas a sua posição é financiada pelo Ministério do Desporto e da Educação Física.
Os Camarões foram sorteados num grupo com a atual campeã Costa do Marfim, Gabão e Moçambique para a fase final da CAN, que se realizará de 21 de dezembro a 18 de janeiro.
Os Camarões estão atualmente em segundo lugar no grupo de qualificação para o Mundial do próximo ano, nos Estados Unidos, México e Canadá, a um ponto de Cabo Verde, quando faltam quatro jornadas para o final.
Apenas a equipa que terminar em 1.º lugar garante automaticamente o seu lugar na fase final, e os Camarões têm um duelo decisivo fora contra Cabo Verde em setembro.
A campanha de qualificação será concluída em outubro.