Ambos pretendem organizar a edição de 2025 do principal evento desportivo africano, juntamente com a Zâmbia e uma candidatura conjunta da Nigéria e do Benim. A Argélia também se candidatou à edição de 2027, tal como o Botsuana, o Egipto, o Senegal e uma candidatura conjunta do Quénia, Tanzânia e Uganda.
Depois de vários prazos terem passado sem que os anfitriões fossem revelados, um alto funcionário da Confederação Africana de Futebol (CAF) disse à AFP que "os dois anfitriões serão definitivamente nomeados a 27 de setembro".
Os membros do Comité Executivo votarão depois de estudarem as avaliações independentes de cada candidato de 2025 e 2027, mas a política e a promessa de rotação regional complicaram as coisas.
Os vizinhos do Norte de África, Argélia e Marrocos, têm uma relação política adversa, que entrou na arena do futebol este ano.
A proibição de os aviões marroquinos sobrevoarem a Argélia levou à retirada da equipa que representava o reino do Campeonato Africano das Nações (CHAN) de 2022/2023 para os jogadores que jogavam no país.
Marrocos tinha vencido as duas edições anteriores e, quando o seu pedido para voar diretamente para a Argélia foi recusado, boicotou o torneio, privando-o de um dos favoritos ao título.
Ambos os países dispõem de excelentes estádios e infra-estruturas e de uma população que adora futebol, sendo capazes de organizar torneios do Campeonato Africano das Nações. Mas ambos gostariam de ser os anfitriões em 2025, com o marroquino Fouzi Lekjaa, um dos principais responsáveis da CAF, a causar uma grande agitação a meio do ano, quando disse aos políticos locais que o reino seria o escolhido.
"O estádio de Fes terá a honra de acolher os jogos da CANde 2025, quando Marrocos ganhar a organização", afirmou Fouzi Lekjaa aos meios de comunicação social nacionais.
Rivalidade política
O presidente da CAF, o bilionário sul-africano Patrice Motsepe, está consciente da rivalidade política entre os dois países vizinhos.
"Não nos devemos envolver no que se passa entre a Argélia e Marrocos. A CAF nunca deve intervir na política", disse ele durante o torneio CHAN.
Motsepe elogiou a capacidade de organização de ambos os países, que já organizaram a CAN uma vez cada um, tendo Marrocos o feito em 1988 e a Argélia dois anos mais tarde.
"Marrocos organizou muitas vezes competições importantes de forma impecável, enquanto o CHAN deste ano na Argélia foi o melhor de sempre", afirmou.
Durante o CHAN, Motsepe disse que queria que cada região organizasse o principal torneio africano: "Não podemos atribuir a organização da CAN sucessivamente à mesma região".
No entanto, alguns meses mais tarde, o secretário-geral da CAF, Veron Mosengo-Omba, disse que a rotação regional pode nem sempre ser possível.
"Atualmente, apenas cinco ou seis países dos 54 membros da CAF podem candidatar-se a acolher a CAN. Por conseguinte, não será possível efetuar esta alternância", afirmou.
O que começou em 1957 como um torneio de três equipas é agora um evento de 24 nações com estrelas como Mohamed Salah, Victor Osimhen, Andre Onana, Sadio Mane e Hakim Ziyech. Os anfitriões devem ter um mínimo de seis estádios - dois com capacidade para pelo menos 40.000 pessoas e quatro com capacidade para 20.000 ou mais espectadores.
A Costa do Marfim será o palco da CAN 2023/24, que foi adiada de junho e julho deste ano para janeiro e fevereiro do próximo ano para evitar a época das chuvas.