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Na sexta-feira passada, no San Siro, o marcador registou 3-1 para o AC Milan, que venceu o Bolonha nos últimos 20 minutos. No entanto, há boas razões para acreditar que, independentemente do epílogo final, o jogo de terça-feira à noite no Olimpico será diferente. Um jogo que vale um título: a Taça de Itália.
Na véspera da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, o treinador do Barcelona, Hansi Flick, tinha deixado claro que não confiava minimamente na queda do Inter, depois de três derrotas consecutivas: "A Liga dos Campeões é outra coisa". E, apesar de tudo, tinha razão.
Uma frase válida que poderia facilmente tornar-se o slogan da Taça de Itália, o torneio imprevisível por definição. Para mais informações, pergunte a Fiorentina, Nápoles, Juventus, Atalanta e Inter, os dois últimos eliminados pelos próprios finalistas do torneio, apesar de terem começado com probabilidades favoráveis.
E é por isso que Sérgio Conceição é o primeiro a saber que o confronto direto, a poucos dias de distância, terá relativamente pouca influência no jogo, que será dirigido pelo árbitro Maurizio Mariani, que, por coincidência, é também o árbitro que dirigiu o jogo da primeira volta, ganho, nesse caso, pelo Bolonha.
Os fantasmas de Sérgio Conceição
Se no verão passado os objetivos dos dois clubes eram muito diferentes, hoje, Bolonha e Milan disputam a final da Taça de Itália com a mesma vontade de vencer, mas com uma pressão diferente sobre os ombros.
E sim, porque o que para os Rossoblu é um sonho, para os Rossoneri é uma obrigação. Prova disso é que, assim como Vincenzo Italiano tem certeza de que ficará no Dall'Ara no ano que vem (a menos que decida o contrário), Conceição não terá certeza da sua permanência em Milão mesmo em caso de triunfo em Roma.
O que é certo é que, se não conseguir vencer o Bolonha, o treinador português dirá adeus às luzes de San Siro, apesar de não ser o principal responsável pelo fracasso da campanha do Diavolo. E sim, porque certamente não será a eventual vitória na Taça de Itália que mudará o sinal da temporada dos rossoneri.
Dito isto, não podemos deixar de constatar que as únicas alegrias dos adeptos milaneses têm vindo do antigo treinador do FC Porto, que, mal chegou, conquistou a Supertaça, batendo a Juventus na meia-final e o Inter na final. Os nerazzurri também foram derrotados pela sua equipa alguns meses mais tarde, na meia-final da Taça de Itália.
O sonho rossoblu
Orsolini e os seus companheiros chegarão à capital com a mente livre de preocupações e com o entusiasmo de quem tem a ambição de reescrever a história do Bolonha, acrescentando, mais de 40 anos depois da última vez, uma Taça de Itália à galeria de troféus do clube.
"Taça de Itália ou apuramento para a Liga dos Campeões? Eu escolho a Taça de Itália", admitiu o diretor geral dos Rossoblu, Marco Di Vaio: "Jogar a final é bom, ganhá-la é indescritível".
E, para entender a dimensão do grande e importante sonho de Bolonha, basta lembrar que, à sombra das duas torres, nem ele, nem Giuseppe Signori, nem um certo Roberto Baggio conseguiram tal feito.
