Recorde as incidências da partida
Os objetivos de Chaves e Benfica na prova são distintos, o que explica o número de alterações dos dois treinadores: Filipe Martins fez sete, Mourinho mudou três. O desconforto inicial da equipa transmontana foi visível no relvado e no resultado, com os flavienses a serem obrigados, desde cedo, a correr atrás do prejuízo, mas a mostrarem, com o passar dos minutos, o porquê de serem uma das melhores equipas da Liga 2.

Colocação de Pavlidis e mãos de manteiga de Samuel Soares
O Benfica entrou agitado. João Rego era a principal novidade na equipa de José Mourinho e entrou com vontade de mexer com o jogo, numa fase em que os encarnados mostravam uma postura pressionante e capacidade na construção, com Tomás Araújo e Barrenechea a assumirem esse papel com conforto.
Numa jogada inteiramente desenhada pelo corredor central surgiu o golo que definiu toda a primeira parte. Pavlidis (8') teve espaço entre os médios e os centrais do Chaves e colocou a bola fora do alcance de Gudzulic.
O guardião flaviense foi o substituto de Vozinha, homenageado antes da partida pelo apuramento histórico de Cabo Verde para o Mundial, e mostrou bons argumentos para concorrer com o cabo-verdiano, ao negar o golo a Lukebakio nas duas oportunidades restantes do Benfica em toda a primeira parte - Pavlidis, em boa posição, ainda atirou escandalosamente por cima.
O Chaves passou por dificuldades, mas reergueu-se aos poucos, ganhando confiança à medida que as luvas escorregadias de Samuel Soares davam sinais de intranquilidade na baliza do Benfica. Antes do intervalo, a oportunidade de Paulo Victor (38'), com desvio de António Silva que quase resultou em autogolo, foi mais um sinal de crescimento da equipa de Filipe Martins, que foi para o intervalo em desvantagem, mas com margem para discutir a eliminatória, apesar das alterações.
À falta de ideias, veio a fotocópia
A vantagem, o calendário e a diferença entre as duas equipas deram alguma confiança à equipa do Benfica, que passou por dificuldades para ter bola nos primeiros 10 minutos do segundo tempo, mas deixou de permitir oportunidades ao Desportivo de Chaves.
Na teoria, estava tudo a correr bem a José Mourinho, que ficou a queixar-se de um penálti sobre António Silva, minutos antes de Pavlidis (61') obrigar Gudzulic a defesa atenta. O Benfica não estava a ser avassalador, pelo contrário, mas tinha o jogo controlado e continuava a somar oportunidades - Barrenechea (75') obrigou o guardião transmontano a mais uma boa intervenção.
Sem grandes ideias para fazer algo diferente, o Benfica recorreu a uma espécie de fotocópia para decidir a partida em Chaves. Pavlidis (80') voltou a ter espaço à entrada da área do Desportivo de Chaves e a fazer um remate colocado para o 0-2, saindo logo a seguir com o sentido de missão cumprida ao decidir de forma individual uma partida que, do aspeto coletivo, não foi exuberante, mas foi mais do que suficiente para que o Benfica conseguisse o apuramento para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, onde vai defrontar o vencedor do Real SC - Atlético CP.
Nos minutos finais, sem que a equipa da casa conseguisse discutir o apuramento, nota para a estreia do jovem Ivan Lima (90') na equipa principal do Benfica.
Homem do jogo Flashscore: Pavlidis (Benfica)