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19 de setembro de 1964. 61 anos passaram desde o último encontro entre Sporting e Marinhense em Alvalade, também para a Taça de Portugal. Nessa altura os homens da Marinha Grande, então na segunda divisão, conseguiram uma inglória vitória (foram eliminadas), mas agora o panorama era outro.
Na Série C do Campeonato de Portugal e em convulsão interna – o treinador Rui Sacramento foi afastado após queixas de abuso psicológico – o Marinhense foi uma presa fácil para um Sporting com muitas mudanças, mas determinado a impor a seriedade na partida que Rui Borges tinha pedido na antevisão.
O guião do jogo foi traçado desde o minuto inicial. O Marinhense recostou-se num 5x4x1 para proteger a baliza de Framelin como podia, o Sporting foi tentando encontrar brechas, sobretudo pela direita com a ligação entre Vagiannidis, Salvador Blopa e Francisco Trincão a criar o caos.
Ainda assim, foi preciso esperar até aos 29 minutos para ver o primeiro golo. Depois de Rodrigo Ribeiro (titular pela primeira vez no Sporting) ter falhado uma finalização de calcanhar e obrigado Framelin a duas boas defesas, o golo chegou por intermédio de Francisco Trincão, que cabeceou para o fundo das redes o cruzamento de Blopa (dois golos e uma assistência em dois jogos pela equipa principal), lançado por Kochorashvili.
Um nível acima de todos os que estavam no relvado de Alvalade, Trincão quis resolver as coisas mais rapidamente possível. Aos 38 minutos recebeu a bola de Eduardo Quaresma, fez mira e colocou a bola no fundo das redes. Um golaço para os 35 mil adeptos presentes em Alvalade festejarem.
Alisson acertou na trave, Rodrigo Ribeiro permitiu mais uma defesa a Framelin. E o 2-0 sabia a pouco a um leão que não parecia particularmente inspirado.
O final da primeira parte e o início da segunda trouxeram os melhores momentos do Marinhense. Matias forçou Virgínia a defesa complicada, Filipe Oliveira rematou por cima depois de ganhar espaço. Dois fogachos de uma equipa que mostrou estar sempre furos abaixo e que teve a curiosidade de contar com Diogo Costa, filho de Costinha, para a meia-hora final.
A etapa complementar trouxe o normal baixar ritmo. Rodrigo Ribeiro não encontrou o primeiro golo que tanto desejou e durante muito tempo pareceu que o 2-0 ia mesmo ser o resultado. Contudo, Rui Borges decidiu meter as primeiras linhas e numa das primeiras jogadas que articularam, Quenda encontrou Luis Suárez e o colombiano finalizou ao segundo poste.
Os minutos finais foram disputados com o Sporting em superioridade numérica, depois de Diallo, com muitas cãibras, ser forçado a abandonar o campo. Foi um teste de resistência ao Marinhense, que viveu um pesadelo em Alvalade e onde o único a ter motivos para sorrir foi Gonçalo Batalha, ovacionado no regresso a uma casa onde fez a formação.
O Sporting carimbou o lugar nos oitavos de final da prova rainha e ganhou ânimo antes do jogo decisivo com o Club Brugge na Liga dos Campeões.
Homem do jogo Flashscore: Francisco Trincão (Sporting)
