Recorde aqui as incidências do encontro
Depois da polémica do canto que acabou por resultar na vitória leonina na Liga, o sorteio da Taça ditou um reencontro em São Miguel, agora num jogo a eliminar. Santa Clara e Sporting voltaram a defrontar-se, mas em circunstâncias diferentes desse, ainda que o guião tenha acabado de uma forma muito parecida.
Golaços dos dois lados, agressividade só de um
Do lado do Sporting, além das lesões que começam a ser tradição nesta fase da temporada, as ausências de Diomande e Geny levaram às entradas de Eduardo Quaresma e Alisson, com Maxi Araújo a atuar como extremo direito. Ainda assim, uma versão menos alternativa da equipa que tem sido utilizada nos jogos das Taças, até porque o adversário assim o exigia.
Vasco Matos também mexeu, sobretudo por gestão do plantel, mas os sinais foram semelhantes aos do jogo da Liga: pressão alta, marcações individuais e agressividade nos duelos. Lucas Soares e Gabriel Silva foram os primeiros a visar a baliza de João Virgínia, mas do lado sportinguista não houve tempo para avisos. João Simões (11’) fez um golaço a concluir uma boa combinação pela direita, que envolveu Maxi, Trincão e Fresneda, autor do cruzamento para o remate à meia-volta do jovem médio leonino.
A boa resposta do Sporting à entrada do Santa Clara não teve continuidade. À semelhança do que acontecera em Munique, Alisson voltou a acumular decisões erradas, Luis Suárez foi engolido pela defesa açoriana e Matheus Reis, no papel de lateral esquerdo, sentiu mais dificuldades do que quando atua como central.
O empate, por Lucas Soares (28’), foi o exemplo perfeito. O lateral açoriano fletiu para dentro com demasiada facilidade e atirou fora do alcance de João Virgínia, dando maior justiça ao marcador.
Apesar de ter terminado a primeira parte com menos posse, o Santa Clara foi para os balneários com mais aproximações à baliza e, fruto de uma agressividade que o Sporting não conseguiu igualar, mostrou que, tal como na época passada, podia discutir a eliminatória taco a taco com o detentor do troféu.
Polémico com tempo extra vai dar que falar
Não se pode dizer que a segunda parte tenha trazido uma versão melhor do jogo. O Sporting até entrou bem e ficou a um desvio de voltar a marcar por Suárez, logo aos 50’, mas depois disso a partida caiu num marasmo pouco abonatório para quem pretende promover o futebol português. É certo que, tirando um lapso de Eduardo Quaresma resolvido pelo próprio, os leões não concediam oportunidades claras ao Santa Clara, mas a desinspiração ofensiva manteve-se.
É certo que, tirando um pequeno lapso de Eduardo Quaresma resolvido pelo próprio, o Sporting não estava a ceder oportunidades ao Santa Clara, mas a desinspiração ofensiva dos leões manteve-se.
Rui Borges decidiu mexer no flanco esquerdo, colocando Maxi numa posição mais natural após mais de uma hora errática de Alisson, e lançou Blopa para a direita, tentando subir a intensidade. Vasco Matos respondeu com a entrada do rapidíssimo Brennan Lucas e o Santa Clara voltou a assumir o controlo do jogo, com mais bola e maior presença ofensiva, acabando por chegar à vantagem num lance de grande qualidade individual de Gabriel Silva, que deixou Gonçalo Inácio sem resposta e bateu João Virgínia num remate ainda desviado em Eduardo Quaresma.
Num jogo com poucas oportunidades e muitas imprecisões, o 2-1 acabava por espelhar melhor o que se via em campo. Ainda assim, o Sporting ganhou nova vida ao ficar a jogar com mais um após a expulsão de PV (89’), por vermelho direto, numa reta final novamente marcada pela polémica nos Açores, depois de uma falta sobre Hjulmand que esteve vários minutos em análise antes de João Pinheiro ir às imagens confirmar um penálti, no mínimo discutível, que foi convertido por Luis Suárez (90+15') e levou a decisão para o prolongamento.
No tempo extra, o Santa Clara ainda tentou resistir a jogar com 10, mas Ioannidis (98'), de cabeça, respondeu a mais um cruzamento da direita e confirmou um apuramento que promete (já está) fazer correr muita tinta.
Homem do jogo Flashscore: Serginho (Santa Clara)
